Começo a pensar que a nossa corrida já terminou, que a nossa luta já teve o seu encerramento e que a nossa etapa chegou ao final.
Começo a pensar que talvez estejamos em lado opostos da vida, que já não queremos obter o mesmo e que os nossos caminhos já não são fundidos apenas num.
Começo a pensar que me estás a fugir, que estás pronto a saltar da minha vida, a revirá-la do avesso e pronto a deixares-me o mundo de pernas para o ar.
Que se passou? Que te tem acontecido nos últimos dias?
Fui eu? Fiz alguma coisa de mal? Errei sem me dar conta?
Foste tu? Deixaste de sentir o que sentias? Começaste a sentir falta de seres livre?
Eu sempre te disse que sentirias. Sempre te disse que, pssados uns tempos,terias saudades do trabalho de conquistar uma rapariga, de estar com ela uma noite e passar só umas boas horas.
Sempre te disse que terias vontade de seres, de novo, tu e só tu, sem teres alguém que te «impedisse» de fazer seja o que for.
É disso que se trata, não é?
Ouve eu não quero prender ninguém. Queres ir embora, então vai.
Arruma as coisas, devolve-me o meu coração, diz-me que acabou e não olhes para trás.
Dá-me só a certeza, dá-me só a paz de te ouvir isso, só para não me restarem dúvidas de que me queres fora do teu caminho.
Eu farei o meu, não interferirei mais nas tuas escolhas nem condicionarei o teu trajecto.
Seremos duas pessoas desligadas e sem qualquer contacto mas não me peças para esquecer(-te), porque nunca se deve pedir o impossível.
Eu, tu, nós merecemos melhor, merecemos mais do que dias a discutir, do que lágrimas que já não cabem dentro de nós e nos correm o rosto, do que corações partidos.
Portanto, se não queres, se não podes lutar mais, se já não sentes o mesmo, tens esta porta aberta e deves deixá-la bem fechada quando deres o primeiro passo no teu,e só teu, caminho.
Eu não vou prender ninguém, eu não sou assim mas se um dia, eventualmente, quiseres voltar, lembra-te do mais importante, eu deixei-te ir e da mesma forma que o fiz posso não querer deixar-te voltar, deixar-te regressar, deixar-te retornar à minha vida e devolver-te a chave do meu coração.
Porque hoje, hoje eu disse-te que já não me amavas da mesma forma e tu, simplesmente, me mandaste calar. Sabes qual foi a única coisa que me passou pela cabeça? «Quem cala consente.»
E tu consentiste, consentiste como se,dentro de ti, as dúvidas daquilo que julgavas sentir se estivessem a instalar, como se as certezas se tivessem dissipado e como se já não soubesses aquilo que realmente querias.
Tu tens as tuas decisões por tomar, as tuas escolhas por fazer, o teu caminho por traçar e a tua vida por viver.
Tu ainda tens um coração para ouvir.