Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

04/07/11

«A partir do dia em que te conheci, acordei todas as manhãs a pensar "Ela não é apenas mais uma."»

É o homem da minha vida.

Devaneios.

E depois aprendes, aprendes com o tempo, com o passar dos anos, com o acumular de controversas situações, com a vida.
E depois aprendes, aprendes que nada te é dado de mão beijada e que se não correres atrás do que queres nunca o terás, aprendes que coisa nenhuma acontece por acaso e aprendes que as razões se tornam cada vez mais dificeis de descobrir, de descodificar e de desvendar.
Aprendes que as consecutivas quedas já te trouxeram cicatrizes que teimam em transparecer, ainda que tentes escondê-las com tudo o que tens, ainda que não fales delas a ninguém, ainda que se tornem no teu maior segredo.
Aprendes que deixas demasiadas portas fecharem-se enquanto esperas tempos e tempos pela abertura de uma única que vens, mais tarde, a descobrir afinal não era a certa e não te dava acesso ao paraíso por que tanto aguardaste.
Aprendes que as pessoas vão embora quando mais precisas e poucas são as promessas que não vão sendo quebradas, ao invés do que sempre te garantiram.
Aprendes que o mundo não pára quando o teu se desmorona e que, afinal, os teus verdadeiros amigos são os primeiros a não te deixar cair e a começar tudo do zero contigo.
Aprendes que nem todas as histórias de amor têm finais felizes e, quando olhas à tua volta, não vês mais «Felizes para Sempre» como na Cinderela e na Bela Adormecida.
Aprendes que as más pessoas têm os melhores disfarces mas também aprendes que a máscara não tardará a cair.
Aprendes que não sentir nada é pior que ter o coração em pedaços e a alma rasgada.
Aprendes que os anos passam e que quando olhas para trás muito no passado ficou, muito no presente não continuou  e tens medo de que o mesmo aconteça no futuro.
Aprendes que não podes ter medo, que não podes ser frágil e que já não podes voltar atrás.
Aprendes, mais tarde, que devias ter passado pela vida e que, pelo contrário, nunca a devias ter deixado passar por ti.

04/04/11

Sabe amar-me com um só olhar

Fala baixo, sussurra-me ao ouvido, não deixes que mais ninguém ouça o que a tua voz diz, o que o teu coração sente.
Não contes este segredo ao mundo, não fales aos outros de nós. Eles não saberão entender a complexidade daquilo que nos une, aliás, ninguém, excepto nós, irá conceber a mais pequena ideia do quão complicado é segurar um amor e (re)acendê-lo todos os dias, como se fosse o primeiro, como se os ponteiros do tempo, esse maldito tempo, tivessem parado, como se a paixão afinal não se desgastasse nas suas barreiras, como se os limites da distância fossem indiferentes e não nos fizessem tantas vezes questionar o que nos roubou o coração e nos aprisionou a alma.
E mais ninguém precisa de saber o tesouro que encontramos no momento em que me cruzei contigo, em que os nossos caminhos se fundiram apenas num, porque como tu mesmo disseste «quando os nossos olhares se cruzavam não havia nada mais senão nós e uma enorme vontade de ter-te comigo, como se me faltasse um pedaço no meu coração e estivesse dentro de ti».
Portanto, guarda as recordações num cofre, fecha tudo a sete chaves e nunca as percas, nunca deixes que mais ninguém abra esse cofre e desvende os segredos, os segredos que mais ninguém sabe e que queremos manter assim, só nossos.
Guarda as recordações, guarda os fios do meu cabelo que tantas vezes levas embora e lembra-te que estarei sempre aqui para ti e nunca te negarei o que quer que seja, sempre te darei aquilo que tenho de melhor, sem pedir nada em troca, porque tu já és um presente, o melhor presente que o destino me podia ter oferecido.
Guarda as recordações, guarda o meu cheiro para que, por escassos momentos, sintas a minha presença ali, porque de alguma forma, de algum jeito, eu nunca te abandonar. E não te preocupes que o meu perfume se evapore na atmosfera, não percas tempo a tentar trazê-lo de volta ao cofre, amor, ele é, ele será sempre eterno pois eterno é tudo o que dura uma fracção de segundos e mesmo assim é inesquecível, irrepetível e que parece impossível, ainda que não o seja, realmente.
Guarda as recordações, guarda as minhas fotografias, se nos acontecer alguma coisa de mal, algo que nos arruíne e nos destruas, quando abrires aquela fechadura e te lembrares de cada traço do meu rosto que conhecias melhor que ninguém, saberás exactamente onde estarei, basta ouvires com atenção aquilo que mais nenhum ouvido consegue escutar, as palavras que mais ninguém consegue alcançar e tu vais sentir saudades, porque há algo em nós que nos liga.
Nos liga de uma forma forte, imutável, por um fio invísivel que não se rasga, não se rompe e não se desgasta com a erosão do tempo.
Afinal, aquilo que é realmente verdadeiro nunca volta, simplesmente nem chega a ir e por muitas vezes estivemos prestes a deixar-nos levar, a cruzar os braços, olhar o chão e dizer «basta» mas nunca o fizemos, nunca o concretizamos porque nós não somos assim, nós temos perfeita consciência de que aquilo que vivemos é demasiado raro para ser jogado fora.
Então amor, sê paciente, sê-o comigo, contigo, com o mundo. Sabe esperar, sabe aguardar, sabe ver o mundo num só abraço, sabe amar-me com um só olhar.
E tudo aquilo que eu peço é mais um dia contigo, um após outro, mais um dia cheio de ti, cheio do homem da minha vida!

26/03/11

Eu sei.

Eu sei que este amor te está a quebrar completamente e que não te achas capaz de fazer seja o que for para consertar tudo isto. Eu sei que a tua vida está virada do avesso e que tu continuas a não te importar. Eu sei que tu vives, dia após dia, na esperança de que o telefone toque e que corres para atendê-lo na esperança de que seja ele. Eu sei que tu ainda vês aqueles álbuns de fotos a horas tardias. «Recordações que o tempo queimou», foi o que te disse uma vez quando te encontrei com elas espalhas pelo quarto. Simplesmente reviraste os olhos e aposto, aposto com todas as certezas que pensaste «Não sabes do que falas, não sabes o que sinto, és minha amiga mas não imaginas o que estou a passar.»
Mas tu esqueces-te que todas nós, sem excepção, sofrem desgostos como aquele que estás a sofrer. Todas nós somos deixadas de rastos por alguém a quem, nas suas mãos, tínhamos colocado a nossa vida. Custa, eu sei, mesmo que aches que nunca vou entender, que nunca vou fazer a mínima ideia do esforço que tens que fazer para te levantares todos os dias da cama em que ele já se deitou e ires para o duche que tantas vezes vos acordou, depois de noites de amor, noites de lindas estrelas brilhantes, como gostavas de lhes chamar nas conversas entre amigas, onde te exibias orgulhosa.
E eu sei que tu tens saudades dos braços dele, grandes e fortes, ao longo do teu corpo. Eu sei que todas as noites vagueias pela casa e te deparas com imagens, tão distantes, de momentos felizes que juntos viveram. Eu sei que choras até o sono te pegar e que a base já não é suficiente para disfarçar as olheiras. Eu sei que tu não queres acreditar e assumir que o vosso fim chegou. Eu sei que tu te olhas ao espelho e ainda vês a imagem dele, exactamente atrás de ti. Eu sei que tu ainda passeias pelo parque ouvindo as vossas gargalhadas como se fossem dois adolescentes, inocentes e inexperientes, mas com uma felicidade, um entendimento e uma cumplicidade de fazer inveja.
É incrível como as recordações ainda estão tão vivas na tua memória que, por momentos, tu achas que é real, que tudo está de novo no seu lugar e que ele faz parte da tua vida.
Eu sei que tu ainda abraças a almofada, nas noites frias e solitárias em que nada te preenche o vazio que se instalou. Eu sei que tu não consegues abrir mão de todas as lembranças que ainda se mantêm no teu sangue, como se nunca te tivessem abandonado. Eu sei que tu não és capaz de acabar este capítulo, fechares a capa e dar por encerrado este livro, iniciando outro. Outro mais puro, mais feliz, mais alegre, mais duradouro até.
O tempo vai suavizar tudo o que sentes, o tempo vai apaziguar-te a alma e sossegar-te  o coração, mas tens de colaborar, tens que fazer um esforço, por ti, por mim, por todas nós que ficamos em pedaços de cada vez que te desfazes em lágrimas por alguém que não mais voltará.
E eu sei que davas tudo para que ele o fizesse. Eu sei que subias a mais alta montanha e atravessavas o mais perigoso trilho para o teres mais um dia na tua vida. Eu sei que tu «vendias a alma ao diabo» em busca de poderes sentir os lábios dele junto aos teus.
Eu sei que o amas e pior eu sei que, enquanto mantiveres viva esta esperança, não vais fazer nada para mudar esse amor.

R, R, R.

Obrigada por teres ficado, obrigada por não teres desistido, obrigada por não me teres deixado ditar o nosso fim.
Porque tu sabes, aconteça o que acontecer, eu nunca irei querer abrir mão de ti, de tudo o que vivemos, de tudo o que nos une.
Então, meu amor, fica aqui, fica comigo, fica todos os dias da minha vida.
Amo-te.

As portas também se batem.

Não, não saias já. Não abras essa porta pronto a batê-la, como se nunca mais quisesses cá voltar.
Pára. Senta-te nessa cadeira, põe os braços em cima da mesa e olha-me nos olhos, como não fazes há meses.
Fala de uma vez por todas, coloca as cartas, vira-as e explica-me, a mim e ao meu coração, aquilo que nos está a acontecer.
Por favor, discute comigo, eu estou a implorar-te para que discutas, para que grites, agarra-me por um braço e diz-me aquilo que te está a consumir por dentro.
Porque eu sei, se pelo menos discutisses é porque ainda havia algo para salvar.  É disso que se trata não é?
Já não há nada, já não temos nem uma ponta daquilo que, um dia, já distante, nos uniu de uma forma imutável, pensávamos nós.
E eu consigo ouvir mesmo aquilo que não dizes, eu consigo sentir mesmo aquilo que não deixas transparecer, eu consigo ver aquilo que tanto escondes, aquilo que tanto encobres e embrulhas em teias de mentira, em que incluis, fazendo com que eu faça, dia após dia, parte de um teatro na qual eu não quero estar.
Acabaram-se as representações e eu estou a dar-te a última oportunidade e se abrires mão dela, eu juro que se esgota a paciência, a espera, até o amor.
Sê sincero, não revires os olhos, não encolhas os ombros como se não houvesse nada para resolver, como se tudo estivesse no devido lugar e como se eu não me apercebesse que as reuniões tardias não eram mais com clientes importantes.
E perguntam-me porque continuo a fingir que nada acontece? Dizem-me que nada me prende a ti, que eu tenho ainda uma longa vida pela frente e esquecem-se que foi a ti que entreguei a minha vida, que foi a ti que me dediquei todos estes anos, esperando pelo melhor e acreditando que o que nos está a suceder, só acontecia aos outros, aos que não se amavam. Mas eu amo-te e é isso que me mantém aqui.
Eu não posso desistir, não posso fazer as malas e ir-me embora como se nada meu houvesse em ti.
Não me importo que me vejas chorar, não me importo de despir a máscara de Super-Mulher, não me importo de implorar por só uma palavra, a palavra que te recusas a proferir.
E levantas-te, encostas a cadeira, olhas para o vazio em que se tornaram as nossas vidas e resignas-te a esta situação.
Eu podia ter-te deixado ir embora, podia ter-te deixado abrir aquela porta para a fechares 10 segundos depois mas eu tinha que dizer-te uma coisa, a última coisa.
«Devolve-me o meu coração, os estragos que nele provocaste sou eu que os terei que reparar e nunca mais deixo que voltes a fazer o mesmo.»
E foi a primeira vez que, em muito tempo, te deitaste sozinho nesta cama. E foi a primeira vez, em muito tempo, que soubeste o que era sentir a minha falta. E foi a primeira vez, em muito tempo, que, ali sozinho, voltaste a amar-me com todas as tuas forças.
Mas sabes, agora é tarde, agora é tão tarde, eu lamento.

16/03/11

Guarda-me.

Guarda-me.
Guarda-me a mim e a tudo aquilo que te dou, segundo após segundo, como se de um tesouro se tratasse.
Guarda aquilo que nos liga numa parte importante, especial e inalcançável do teu corpo.
Guarda como se não quisesses que aquilo saísse de ti nunca mais.
O tempo voou, sabes, amor? Voou o tempo, voaram os momentos que agora não passam de nada mais do que apenas meras recordações estagnadas num canto da nossa memória, num canto do nosso coração, da nossa alma até.
Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que tomaram, eu não esperava que as coisas permanecessem durante este tempo, porque, oh tu sabes, havia como uma espécie de linha, invísivel mas forte, a separar-nos.
Já quase desistimos, já quase te disse para pormos um ponto final naquilo a que tanto me prendi, já estivemos prestes a seguir um caminho que, de alguma forma, não estivesse ligado ao teu...
Tu sabes disso, tu sabes que o mundo sempre foi como o nosso adversário, que o tempo nunca jogou a nosso favor, que a calma e serenidade que esperávamos na nossa relação nem sempre foi conseguida.
E nós, nós não tínhamos como fugir deste acumular de dificuldades, como evitar as armadilhas, como derrubar as barreiras impostas, como desactivar as bombas-relógio escondidas, agilmente. E nós, nós não tínhamos como salvar o nosso amor, pensávamos.
Mas hoje, olho para trás e percebo que foi o nosso amor que nos salvou, que nos fortaleceu, que nos mostrou que não podíamos desistir quando tínhamos chegado tão longe.
E estou certa de que vai ser sempre assim porque há algo em ti, há algo que me prende, que me faz sentir como se nada mais importasse.
Tu tens o poder de me aquecer o coração, de me suavizares a alma, de me acalmares os medos e de me encheres de amor.
Tu tens o poder de me fazer sorrir, de uma forma, como nunca antes conheci, quando me dás a mão e quando me olhas como se soubesses exactamente o que me estava a cruzar o pensamento.
Tu tens o poder de me fazer feliz, é disso que se trata, de me fazeres feliz de um jeito que nem eu consigo explicar.
E tu sabes que, aconteça o que acontecer, irá sempre haver uma parte de mim que a ti pertence, por tudo de bom que tens representado.
E mesmo que as coisas mudem de rumo, que o caminho que percorremos se divida, que o fim, que tanto temos afastado de nós, chegue, irás sempre estar presente e irei sempre lembrar-te como uma das melhores memórias que podia guardar, como uma das melhores pessoas que se atravessou na minha vida e que cuidou de mim, apesar de todos erros que fui cometendo, dia após dia.
E mesmo que um dia tudo acabe, eu sei, tive a maior sorte do mundo.
Por isso guarda-me, guarda-me a mim e guarda tudo o que te dou, ainda que o destino nos traia, ainda que a vida nos pregue uma partida e nos destrua, ainda que tudo se evapore, que tudo se desgaste nas barreiras do tempo.
Ainda que tudo mude, hoje, eu ainda me levanto de manhã na certeza de que estarás lá, na certeza de que serás mais uma vez incansável e na certeza de que vais dar tudo por tudo por mim e eu amo-te, amo-te sabendo que não podias ser melhor do que já és.
E por isso ensina-me a ser como tu.

09/03/11

O amor nunca falha.


Eu continuo a arriscar, dou passo após passo sem pensar nas armadilhas que estarei prestes a pisar.
Continuo a seguir este caminho sem um mapa que, pelo menos, me dê as direcções correctas.
Mantenho viva esta guerra porque sei bem que prefiro lutar até ao fim do que desistir a meio, pensando que talvez pudesse ter dado certo.
Coloco o meu coração nas tuas mãos, sem a certeza de que não o irás jogar contra uma parede e quebrá-lo completamente.
Faço o melhor que posso, sem saber se talvez darás valor a todos esses esforços ou não.
Tento que tudo corra bem mesmo sem conhecer o futuro que o destino tem guardado para nós.
Porque tu sabes, o destino é manhoso.
Coloca as suas armadilhas onde bem quiser, implanta as barreiras e fá-las crescer, fortalecendo-as.
Não se importa com o quanto nos vai doer, com o quanto nos vai custar, tentar derrotar todas as dificuldades que nos preparou, tentar ultrapassar todos os níveis deste jogo em que parece ter-se tornado a nossa vida.
Mas ele tem razões para o fazer, sabes?
Por muito complicado que vá ser concretizar esta viagem. Por muito perigoso e armadilhado que seja este caminho, quando chegarmos ao fim, quando atingirmos a meta, vamos estar mais fortes, mais unidos, mais sólidos que nunca.
O amor nunca falha, o amor nunca morre, o amor, o amor verdadeiro nunca nos abandona, nunca nos deixa desistir.
O amor nunca nos fecha a porta, nunca nos diz adeus, nunca nos atira o coração pela janela e fica a vê-lo partir-se.
O amor nunca se esgota, parece nascer todos os dias, como novo, e parece ser sempre maior, melhor, mais forte, mais seguro.
Como sempre, o que nos dói no amor é o medo do fim, é o medo de sentirmos o que temos, entre mãos, fugir-nos por entre os dedos, é o medo de perdermos o que de tão valioso a vida nos deu.
E eu, eu tenho medo, tu sabes, mas quando penso que estou prestes a congelar, prestes a jogar tudo fora, prestes a fechar os olhos e a render-me, desistindo, tu vens...
Tu vens e não me deixas fazê-lo.
Lembras-me do quão felizes somos e do quanto nos amamos.
Dizes-me que tudo vai passar e que, em breve, muito em breve, o  tempo, o mundo vão dar por finalizada esta guerra e vamos ser só nós, como sempre devia ter sido.
Beijas-me, afastas o cabelo da minha cara, olhas-me nos olhos e segredas-me que sou a mulher da tua vida.
E sabes, pela primeira vez em toda a minha vida, eu acredito.
Eu acredito porque sei que não aguentarias tudo isto, que não suportarias metade do que já suportaste, se não me amasses.
E tu amas-me, tu amas-me melhor que ninguém, sem pressas, sem te importares com o quanto te poderás, eventualmente, magoar, sem cruzares os braços, nem por um mero segundo, sem me deixares ir, sem me deixares desistir.
E é por tudo isto, é por seres das melhores pessoas que conheci até hoje, é por te teres tornado no que te tornaste, é por tudo o que vivemos, dia após dia, que eu sei, que jamais irei encontrar uma pessoa melhor que tu.
Jamais irei encontrar quem me ame e quem cuide de mim como tu, meu amor.
Então por favor, fica comigo, eu não quero viver sem ti, eu não quero amar mais ninguém senão tu. *

06/03/11

Por ti, continuo a amar-te o resto da minha vida.

Pergunto-me onde estarás tu a estas horas tardias, quando a lua já vai demasiado alta e esta escuridão apresenta o seu começo de fim.
Pergunto-me sobre quem partilhará esta noite contigo e quem te olhará, pensando em ti como sendo seu.
Pergunto-me sobre quem estará a atravessar-te a mente e quem irá aproximar-se de ti, de forma, a não resistires e a levar-te, a fazer com que cometas a tão dolorosa traição, o tal golpe demasiado baixo que é capaz de mudar, num mero segundo, aquilo que tempos e tempos levaram a construir.
Os segundos apressam-se prontos a darem lugar a minutos, minutos esses que depressa se transformarão em horas, que se somam, uma após outra, contamos o tempo e mesmo esse parece jogar contra nós e não querer fazer-nos a vontade de trazer-nos aquilo por que tanto imploramos.
Olho para o telemóvel, na vã esperança de que te lembres de mim, na ilusão de que me vais dizer o «amo-te» que me sossegará o coração, que tem estado a bater em sobressalto, que me silenciarás os fantasmas que me assaltam a mente nas noites frias e sozinhas, em que, mesmo sem saberes, me fazes questionar aquilo que vivemos.
E pergunto-me, serás tu capaz de apagar da tua memória aquilo que a mim te liga? Serás tu capaz de pensar que uma vez não fará mal e que amanhã tudo continuará no seu lugar, como se não tivesses morto o nosso amor, com esse erro fulcral, na noite anterior? Serás tu capaz de me esconder que nessa mesma noite, outra pessoa entrou na tua vida e, ainda que por uma mera hora, foi a ela que pertenceste? Serás tu capaz de fingir que nada aconteceu e encobrires o facto de que me foste infiel, ao contrário do que sempre me prometeste?
Sabes, eu quero acreditar nas coisas que dizes, quero dar valor a todas as promessas achando, interiormente, que as irás cumprir, uma por uma, quero confiar em ti, porque apesar de tudo, nunca me deste razões, nunca me deste motivos sólidos para não o fazer.
Eu faço aquilo que se encontra ao meu alcance para que tudo corra bem, eu faço o melhor que posso, ao contrário do que possas pensar.
É só que eu não quero amanhã olhar para trás e perceber que tudo se evaporou, que partes se foram perdendo nos limites do tempo, que os sentimentos se foram desgastando nas barreiras do mundo. Eu só não quero perceber que tudo foi em vão, que me iludi e que consequentemente, te transformaste numa desilusão e este amor não passou de uma farsa, de conjuntas representações envolvidas em teias de mentiras interligadas e que batiam certamente, encaixando-se como peças de puzzle, sem que me desse hipótese de perceber o teatro em que me vi incluída, como tantas outras.
Mas percebes, eu começo a desvalorizar estes pensamentos que tantas vezes insistem em me ocupar  a mente, porque no fundo, eu sei, tu és apaixonado por mim tal como eu por ti, e por ti, amor.
Por ti, enfrento os medos que forem precisos. Por ti, atiro-os num poço e corrompo os fantasmas que resolverem aparecer. Por ti, não cruzo os braços, não desisto por muito que o cansaço se acumule. Por ti, corro atrás dos sonhos, do futuro. Por ti, por ti, continuo a amar-te o resto da minha vida.

26/02/11

Será?


Começo a pensar que a nossa corrida já terminou, que a nossa luta já teve o seu encerramento e que a nossa etapa chegou ao final.
Começo a pensar que talvez estejamos em lado opostos da vida, que já não queremos obter o mesmo e que os nossos caminhos já não são fundidos apenas num.
Começo a pensar que me estás a fugir, que estás pronto a saltar da minha vida, a revirá-la do avesso e pronto a deixares-me o mundo de pernas para o ar.
Que se passou? Que te tem acontecido nos últimos dias?
Fui eu? Fiz alguma coisa de mal? Errei sem me dar conta?
Foste tu? Deixaste de sentir o que sentias? Começaste a sentir falta de seres livre?
Eu sempre te disse que sentirias. Sempre te disse que, pssados uns tempos,terias saudades do trabalho de conquistar uma rapariga, de estar com ela uma noite e passar só umas boas horas.
Sempre te disse que terias vontade de seres, de novo, tu e só tu, sem teres alguém que te «impedisse» de fazer seja o que for.
É disso que se trata, não é?
Ouve eu não quero prender ninguém. Queres ir embora, então vai.
Arruma as coisas, devolve-me o meu coração, diz-me que acabou e não olhes para trás.
Dá-me só a certeza, dá-me só a paz de te ouvir isso, só para não me restarem dúvidas de que me queres fora do teu caminho.
Eu farei o meu, não interferirei mais nas tuas escolhas nem condicionarei o teu trajecto.
Seremos duas pessoas desligadas e sem qualquer contacto mas não me peças para esquecer(-te), porque nunca se deve pedir o impossível.
Eu, tu, nós merecemos melhor, merecemos mais do que dias a discutir, do que lágrimas que já não cabem dentro de nós e nos correm o rosto, do que corações partidos.
Portanto, se não queres, se não podes lutar mais, se já não sentes o mesmo, tens esta porta aberta e deves deixá-la bem fechada quando deres o primeiro passo no teu,e só teu, caminho.
Eu não vou prender ninguém, eu não sou assim mas se um dia, eventualmente, quiseres voltar, lembra-te do mais importante, eu deixei-te ir e da mesma forma que o fiz posso não querer deixar-te voltar, deixar-te regressar, deixar-te retornar à minha vida e devolver-te a chave do meu coração.
Porque hoje, hoje eu disse-te que já não me amavas da mesma forma e tu, simplesmente, me mandaste calar. Sabes qual foi a única coisa que me passou pela cabeça? «Quem cala consente.»
E tu consentiste, consentiste como se,dentro de ti, as dúvidas daquilo que julgavas sentir se estivessem a instalar, como se as certezas se tivessem dissipado e como se já não soubesses aquilo que realmente querias.
Tu tens as tuas decisões por tomar, as tuas escolhas por fazer, o teu caminho por traçar e a tua vida por viver.
Tu ainda tens um coração para ouvir.
Até já.

Homens, serão sempre homens.

Tu ainda nem sequer paraste para pensar porque raio estarei eu assim, chateada como tu dizes...
Mas não se trata de uma zanga ou de uma birra, como tu insistes em pensar, trata-se de desilusão e quando souberes o motivo, vais rir-te e achar que eu sou melodramática e que exagero, blá blá blá.
O cenário é sempre o mesmo, dizes exactamente as mesmas coisas, as situações desenrolam-se com o mesmo guião, como se de uma encenação se tratasse, porque contigo funciona assim, para ti está sempre tudo bem e quando não está, finge-se estar.
Eu nunca fui boa a esconder sentimentos, eu nunca soube fingir de forma exemplar e nunca consegui não deixar transparecer o que me consumia por dentro.
Sempre foste fantástico, perfeito até. Sempre me encheste de mimo e sempre me amaste o melhor que sabias.
Não é isso que estou a pôr em causa, não se trata de duvidar daquilo que dizes sentir com todas as certezas do mundo.
Trata-se de que todos os namorados passam a fase da conquista e tu passaste a tua, é como se fosse uma lei, uma norma no código dos homens e vocês nunca a infrigem, nunca a violam.
Eu faço o melhor que posso, sabes? Não sou perfeita e digo coisas que certamente te magoam, mas eu apercebo-me disso quando o faço e tento emendar as coisas.
Tu sabes, eu não lido bem com pedidos de desculpa, não sei lidar com o facto de ter que pôr o meu orgulho de lado e custa-me horrores deixar a teimosia e dar por finalizado o braço de ferro.
Mas eu escrevo-te.
Eu escrevo-te as palavras que te devia dizer e mostro a toda a gente que, apesar de certas (mais que erradas) atitudes, eu te amo, com tudo aquilo que tenho.
Eu escrevo-te e tento fazê-lo o melhor que sei, faço para que me perdoes as más e cruéis palavras que fora jogo e que por vezes te doem e custam ouvir.
E ás vezes, escevo-te só porque quero adormecer, nessa noite, depois de te ouvir dizer as coisas bonitas que fazes questão de que eu ouça, tal como pensei que seria na quinta-feira passada.
Mas ao contrário de todas as outras ocasiões, tu fingiste que isto nem estava aqui, fingiste que nem viste a porcaria do texto que para ti escrevi quando podia estar a fazer milhares de coisas que certamente, eram mais urgentes e mais precisas.
Percebes o que te digo? Quando te coloco à frente de tudo o resto e quando tento que mereças ser o centro total da minha vida, tu, inveriavelmente, falhas a missão, desiludes-me e acabas sem a vitória que podias conseguir.
Quando tento fazer com que as coisas corram (ainda) melhor, tu, propositadamente ou não, destróis aquilo que te queria dar, mesmo antes de o veres e apagas essas ideias da minha cabeça.
Passaste a fase da conquista e achas que já não precisas de me dizer um simples «obrigada» a nada daquilo que por ti faço.
Passaste a fase da conquista e achas que já não precisas de dares tudo por tudo para que aqui fique.
Passaste a fase da conquista e achas que me tens na palma da mão, esquecendo-te de que a qualquer momento eu te posso fugir por entre os dedos.
Querias que eu te dissesse o que se passava não querias? Aqui o tens, da mesma forma que ignoraste o motivo de toda esta discussão.
E acredita, isto não volta a acontecer porque tão cedo não volto a dar-te este valor e tão cedo não volto a colocar-te neste lugar.
E sim, I miss how close we were!

(anyway, sei que o texto está horrível, muito horrível!)

24/02/11

RP.

Não há dias normais contigo, não há rotinas que nos fazem cansar, não há velhos hábitos que por vezes de tão habituais nos passam despercebidos. Não há práticas consecutivas que conhecemos demasiado bem.
Tens um poder fantástico de tornar tudo melhor, dia após dia e ainda não consegui entender como o consegues, mesmo todo este tempo depois.
Talvez seja a forma como fazes parar tudo o resto a cada vez que sorris, talvez seja o teu olhar directo a mim que ainda me faz estremecer, como da primeira vez, talvez seja o facto de teres concentrado em ti todos os sonhos do mundo.
Os dias correm, o tempo soma-se e o amor, esse multiplica, sabes porquê?
Nós descobrimos a fórmula do amor, descobrimos os processos, as misturas e as quantidades exactas para o fazer perdurar até ao fim dos tempos.
Sabes exactamente o que fazer e como o fazer para me deixar rendida a ti, para não me dar hipótese de dizer «não», para me fazer continuar a lutar por nós, mas tu sabes...
Há momentos em que me pergunto: mas será que tu acreditas mesmo nisto? Mas será que em ti há algo que te diz que nós somos reais e verdadeiros?
as dúvidas vêm todas juntas à minha mente e apertam-me o coração com o medo esmagador a romper-me e a atravessar-me a alma e depois...
Oh depois tu vens, sorris para mim e abraças-me como se não me visses há meses, beijas-me e esse beijo ainda tem o sabor do primeiro. Ainda me faz ter borboletas no estômago e sentir uma felicidade enorme, algo como nunca antes conheci.
Pegas-me pela mão, olhas-me pelo canto do olho com o amor estampado no rosto e eu sorrio, sorrio como uma criança, porque adoro aquilo que me fazes sentir.
Estás sempre aqui, proteges-me de todas as coisas más que tantas vezes nos assaltam de surpresa, seguras as pontas deste namoro e prometes-me que amanhã tudo estará melhor, prometes-me que o pesadelo irás acabar em breve, pedes-me para ser forte, para aguentar mais um pouco, o vento levará tudo o que nos tenta destruir.
Estás sempre aqui, fazes-me soltar gargalhadas sem fim, falas-me de ti e eu falo-te de mim como nunca o tinha feito com mais ninguém, tentas dar o melhor que podes e ensinas-me coisas que não aprenderia se não fosses tu.
Estás sempre aqui, não te cansas do meu mau feitio, animas-me nos maus dias e fazes tudo parecer correr bem mesmo quando temos o mundo e a nossa vida virada do avesso.
És sempre tu, és sempre tu a não me deixar cair, a não cruzar os braços, a não desistir e a fazer com que eu continue aqui.
És sempre tu e só tu que em vez de me tocar no corpo, me toca na alma.
E por tudo isto, por tudo isto e muito mais que apenas nós sabemos, tu és e tu vais ser até ao último segundo, o "tal".

23/02/11

Porque é que me estás a ligar agora? Porque é que estás a dizer-me que tens saudades quando já se passaram anos desde que te foste embora? Porque é que vieste desenterrar assuntos que deixei guardados no baú das más memórias?
Sim, más. Tu és uma má memória, tu destruías-me o coração e rompias-me a alma de cada vez que em ti pensava, tu eras uma pedra no meu caminho e insistias em permanecer na minha mente como se ela fosse tua e tu a pudesses usar como bem entendesses.
E eu cansei-me disso. CANSEI-ME das tuas porcarias, das tuas traições, dos teus affairs pelo país fora, dos teus «volto» e «não volto», dos teus «gosto» e «não gosto», dos teus «anda» e «não anda».
Foste-te embora naquela noite de Inverno e jurei a mim própria que nunca mais te voltava a abrir aquela porta e nunca mais te ia buscar as bagagens de volta ao carro.
Jurei a mim própria que me ia libertar daquilo que em mim causavas e que nunca mais deixaria que me tocasses.
Jurei que nunca mais me sujeitava a tanta dor, a tanto sofrimento por um homem tão pequenino como tu, pequenino interiormente.
Jurei que no dia em que recebesse uma chamada tua a iria rejeitar como se de um número desconhecido se tratasse.
Jurei apagar-te da minha memória, apagar-te do meu coração e deixar que o vento levasse as recordações, que o tempo secasse as lágrimas e que a minha vida desse uma reviravolta.
Não venhas com falinhas mansas, com palavras bonitas, com representações elaboradas que já não vale a pena, meu querido. Conheço os teus truques de cor, de traz para a frente até, já me sei proteger das tuas armadilhas e já sei derrotar as tuas tácticas quase infalíveis.
Eu não sou mais a menina ingénua que deixaste sozinha nesta casa, agora, eu sou a mulher, a mulher que tu de mim fizeste
Agora, agora sou eu quem comanda o jogo e eu estou a dizer-te: GAME OVER!

20/02/11

Não vás


Não, por favor, não vás agora. Não, não me deixes. Não partas já quando ainda temos tanto para viver em comum.
Amor, não sigas outro caminho senão o nosso. Espera mais um pouco, o tempo vai-te mostrar que o teu lugar é aqui, que o teu lugar é comigo.
O tempo vai-nos apaziguar, vai-nos acalmar e vai-nos fazer perceber que nós não podemos desistir.
O tempo vai invadir-nos de recordações de tempos felizes, de momentos que não se apagam nem mesmo séculos depois.
Então não vás. Deixa-me explicar-te o sucedido, deixa-me contar-te a minha versão dos factos, deixa-me dizer-te que foi apenas uma ilusão infundada da tua mente, deixa-me dizer-te que não tens razão para esses ciúmes, os olhos ás vezes enganam-nos e atraiçoam-nos, sabes?
Não, por favor, não digas que acabou algo a que nós ainda mal vimos o princípio.
Eu continuo aqui, não grites como se eu estivesse longe e não te pudesse ouvir, não tomes decisões precipitadas e não digas coisas de que provavelmente te irás arrepender amanhã.
Não, não tires as roupas do armário e não me perguntes quando poderás voltar para vires buscar as tuas coisas.
Senta-te e ouve o nosso silêncio, deixa que os nossos corações comuniquem por si só e resolvam toda esta confusão, visto fazerem-no melhor que ninguém.
Percebes o que aconteceu agora? Percebes que eu nunca faria algo que pudesse eventualmente magoar-te? Percebes que eu falava a sério cada vez que te dizia que não havia mais ninguém para além de ti?
Beija-me de novo, diz-me que este pesadelo já teve o seu fim e que tu não vais embora, não vais abandonar tudo aquilo a que tanto nos prendemos.
Agarra a minha mão, olha-me nos olhos e diz-me o «amo-te muito» que já me traz instantaneamente o sorriso ao rosto.
Guarda estes momentos, estes breves instantes de calma e de serenidade, de amor, na tua alma e no teu coração, de onde nunca nada nem ninguém os poderá tirar.
Não tenhas medo, não digas que estás inseguro, eu sou apaixonada por ti, desde os primeiros tempos e algo em mim me diz que isso não vai mudar.
Não recues, não ergas as barreiras para mim, deixa-me cuidar de ti tal como de mim cuidaste, tantas vezes.
Deixa-me adormecer com a cabeça no teu peito, na escuridão do nosso quarto, só a ouvir o teu coração bater.

Amores esquecidos


É mesmo isto que queres? Estás certo de que estás a fazer o que é melhor? Não te vais arrepender daqui a uns tempos?»
Disse-te isto quando te vi abrir aquela porta, com as malas por uma mão, pronto a virar as costas a tudo o que juntos tínhamos vivido.
Diz-me como poderás ter feito isto? Diz-me como diluíste o sentimento que nos unia? Diz-me como apagaste as memórias que o tempo não desgastou?
Eu não percebo, sabes? Eu não entendo o que aconteceu e não encontro uma explicação para aquilo que fizeste e isso, isso foi o pior.
Tu fugiste ás minhas perguntas, evitaste esclarecer as minhas dúvidas e foste.
Eu não apaguei as luzes da nossa casa naquela noite, eu não dormi, não saí de ao pé da porta e não tirei os olhos do telemóvel nem por um segundo.
Dizem que a esperança é a última a morrer e a minha ainda se mantinha e ainda me fazia achar que tu ias voltar, dizendo que tinha sido tudo um engano e mais uma armadilha que a via nos pregou.
Esperei por ti durante meses a fios, vagueei pelas ruas desertas achando que ia encontrar-te em busca do caminho para casa.
Sentei-me no banco de jardim onde te vi pela primeira vez, confiante de que seria lá que irias quando sentisses saudades.
Esperei por ti um ano, sim, durante um ano. Foi um ano á espera do regresso nunca acontecido, da volta nunca feita, do sonho nunca concretizado.
Prometi-te uma noite, entre lágrimas, que não me cansaria de esperar, mas cansei...
Cansei-me de me olhar ao espelho e ver que me tinha tornado num fantasma de um amor esquecido , sabes?
Cansei-me de deixar a minha vida parada por ti quando andavas sabe-se lá por onde.
E retomei a minha vida.
Foram tempos complicados.
Curei o meu coração e limpei a minha alma, sequei as lágrimas e voltei a sorrir.
Guardei as recordações num baú velho e antigo e deitei fora a chave.
Ainda te amava mas ignorava essa vozinha dentro de mim e ia vivendo dia após dia, pensando que o tempo tudo ia acalmar.
E acalmou, acalmou tanto que já não me lembrava quando havia sido a última vez que tinha pensado em ti, até que o teu nome voltou a aparecer no visor do meu telemóvel.
Congelei, sem saber se devia atender ou rejeitar aquela chamada, as pernas começaram a tremer, o velho nó na garganta tomou de novo o seu lugar, o turbilhão voltou e senti-me sem forças para continuar...
Como podes tu aparecer 3 anos depois dizendo que sentes saudades minhas e que não me consegues esquecer? Como podes tu irromper pela minha vida como se fosses o dono dela? Como podes tu aparecer a reaparecer como se tivesses deixado tudo bem quando foste embora?
Como podes tu achar que eu te iria aceitar de volta, tanto tempo depois? Tu sabes, não és mais quem foste, também eu não sou mais quem fui, também eu não sou mais a mesma.
(é fictício, gente)

19/02/11

Rui, Rui, Rui.

Acho que as relações, os namoros, os amores e desamores são espécies de jogos de xadrez.
É necessário ser perspicaz, estar atento, saber atacar mas saber-se defender. É necessário estudar cada jogada mas saber quando se deve arriscar e não pensar demasiado.
Leva tempo, exige paciência e tal como no jogo da vida, ou perdes ou ganhas. Os motivos são diversos mas não há empate, há sempre vencedores e há sempre perdedores.
Ocasionalmente, é jogado por mais do que duas pessoas, tal como acontecem milhões de vezes, em milhões de casais que se cruzam connosco na rua e aparentemente parecem felizes, fiéis.
Nós somos uma espécie de jogo de xadrez, sabes?
Eu sou a dama, a tua dama, enquanto tu és o rei, o meu rei. Temos a nossa torre, a torre que acaba por ser o nosso refúgio, o nosso porto de abrigo.
Para todos os contratempos, para todas as voltas e reviravoltas temos o bispo e o peão que com certeza estarão lá para nos protegerem de todas as quedas e para nos lembrarem de que o jogo continua, que somos as peças fundamentais, que se desistirmos e se pararmos os movimentos ali, teremos que assumir a derrota, teremos que baixar a cabeça e dizer «Nós perdemos.», e aí resta o cavalo a um de nós, para fugir dali, para evitar encontros e desencontros com o seu coração, para evitar lágrimas e dissabores, para evitar as recordações que a memória não consegue apagar.
Amor, nós não vamos perder, sabes? Nós temos tudo para vencer este jogo, para os derrotar, para os deixar boquiabertos quando nos virem subir ao pódio, ao primeiro lugar, juntos.
Temos do outro lado, o mundo pronto a jogar contra nós, a querer-nos deixar de rastos. Inteligente e perspicaz, a preparar as suas jogadas de mestre, certeiras de modo a ir deitando ao chão as nossas peças.
Mas, nós temos muito mais que isso do nosso lado. Não dizem que o amor pode mover o mundo? Então só por isso, teremos meio caminho para a vitória!
Vamos tentar jogar mais com o coração, seguir a nossa intuição, esperar que o destino faça o que deve fazer. Eu vou á frente, eu sou a dama e posso usar o tabuleiro a meu bel prazer, caminho de cabeça levantada, com a feminidade a transparecer, mas sei que estarás exactamente atrás de mim, pronto a proteger-me do adversário, dos buracos que abrir-se-ão, das armadilhas que explodirão.
E vamos os dois, a lutar por uma vitória quando mais ninguém acreditava que nós conseguíssemos.
E vamos os dois, sorrindo como se tivéssemos certezas de que tudo vai correr bem.
E vamos os dois, achando que o amor, o amor que nos une facilitará tudo.
E é verdade, facilita.
Avançamos fugazmente, unimo-nos imutavelmente, não damos tempo de percepção, não damos tempo de reacção.
Destruímos e ditamos a sentença do fim daqueles que contra nós estão, abraçamo-nos e pedimos desculpa, irnonicamente, por todos os seus esforços não terem sido suficientes para nos separar.
E agora, agora XEQUE-MATE.
Porque nós somos uma excepção, porque afinal nós fomos para sempre!

17/02/11

Homem da minha vida






Homem da minha vida
Algures no teu coração

Vais questionar-te sobre o porquê de encontrares este papel desgastado na tua caixa de correio, com uma morada estranha, surreal até, num dia que podia ser como tantos outros. Vais perguntar-te vezes e vezes sem fim o que poderei eu pretender com isto. Vais pensar e repensar, criar-se-ão nós na tua cabeça. Vais procurar por um fundamento, por uma razão e eu, tal como faço sempre, vou facilitar-te as coisas, vou abrir as tuas mãos e colocar lá a minha alma, vou expor os meus sentimentos e colocar as cartas na mesa, sem se's, sem talvez.
Quero que, de alguma forma, de algum jeito, as palavras certas e coordenadas que aqui escreverei, as frases ordenadas e organizadas, objectivamente, voem para o teu coração e te aqueçam interiormente da mesma forma que o faço nos finais de tarde gelados, pelas ruas solitárias e vazias que percorremos sempre de mão dada.
Mas tu sabes, houveram coisas que nos mudaram, que se por um lado nos tornaram mais unidos e mais sólidos, por outro colocaram-nos numa espécie de guerra aberta com o mundo, com as pessoas, com o tempo. E há momentos em que eu penso que talvez nós não sejemos tão fortes quanto isso, há momentos em que acho que as barreiras se tornarão duras, assentadas de modo a que seja cada vez mais complicado derrubá-las, é verdade, não nego que tenho medo, que me assusta saber que te posso perder, que nada é garantido e que no jogo da vida todos perdemos, todos fracassamos.
E apesar de tudo, apesar de todos os contratempos, voltas e reviravoltas, eu ainda espero, eu ainda quero...
Ainda quero arrebatar-te e encher-te de amor, mais uma vez, como se tudo fosse correr bem.
Ainda quero voltar a entrar em ti, a tomar conta dos teus sonhos, a ocupar total e completamente o teu coração, a viver lado a lado, como prometemos uma noite destas no silêncio da paixão.
Quero-te comigo, quero-te aqui, mesmo depois de ouvir dezenas de pessoas dizerem que não mereces que fique contigo, mesmo depois de conhecer o teu passado e saber o que fizeste, o que foste numa vida não muito antes desta, mesmo depois de ter o mundo a tentar descruzar os nossos caminhos, a tentar mudar a direcção das nossas caminhadas, a tentar separar os nossos corações.
Eu só peço para que as dúvidas, que tantas vezes nos assaltam a mente, se dissipem,
Para que o medo, a incerteza e a insegurança se diluam com o passar dos dias,
Para que as vozes más e firmes, coordenadas e cruéis se calem, se deixem de pronunciar.
Quero que os fantasmas sejam levados para longe de nós, quero pegar naquilo que foste e apagar essa pessoa como se não existisse mais, quero que o teu passado deixe de interferir no nosso presente e deixe de exercer qualquer influência sobre o nosso futuro.
Eu sempre soube que não seria fácil mas na verdade, eu não esperava que fosse tão duro como tem sido mas não,
Eu não vou desistir de ti, não vou seguir em frente só porque não tem «corrido tudo bem», não vou deixar-te e não vou tentar matar o nosso amor.
Não tenho dúvidas de que gostas de mim, que gostas muito até. Não tenho dúvidas de que és sincero e leal. Não é sobre isso que levanto questões e me interrogo.
A pergunta que eu coloco é: Quanto tempo mais isso será verdade? Quanto tempo mais terás vontade de continuar aqui? 1 mês? 2? 3? Talvez 1 ano?
Percebes? Quanto tempo ainda nos resta e quanto tempo ainda me resta para ser amada por ti, da forma linda, como o fazes?
É isto que me tira o sono, é isto que me assusta, é isto que me faz chorar. Uma estupidez, eu sei.
Mas amo-te de qualquer forma, r.


Sempre tua, C.

15/02/11

Tu sabes.



Pára.
Pára de uma vez por todas. Descansa só, tenta permanecer estagnado, pára.
Não forces mais o sorriso nem me beijes como se tudo estivesse bem, tudo estivesse no seu lugar.
Não finjas que o nosso conto de fadas está a decorrer sem precalços, pois, no fundo, bem dentro de ti, num lugar a que chamam vulgarmente de coração, tu sabes...
É como se nós estivéssemos a agarrar, cada um, uma das pontas de uma espécie de corda, é como se puxássemos os dois para lados diferentes, como se ambos quiséssemos coisas distintas, antagónicas, penso eu, e enquanto permanecemos neste jogo, sem finalidade alguma, não pensamos que, a qualquer momento, a nossa corda irá romper-se com brutalidade e iremos os dois, para direcções diferentes, para caminhos desiguais, para lados da vida opostos, sem qualquer resistência perante o cenário que nos foi criado, sem defesas que nos possam proteger dos estragos que o fim daquele que foi o nosso amor irá provocar.
Tu pensas nisto, á noite, quando as luzes se apagam, a porta bate, o silêncio se instala e percebes que estás sozinho? Tu não reflectes sobre aquilo que nos está a acontecer quando percebes que a tua cama é demasiado grande só para ti? Tu não achas e não temes aquilo a que as pessoas estão dispostas para nos fazer desistir daquilo que nos fez tão felizes? Quando olhas para dentro de ti, quando tentas perceber o turbilhão de sentimentos que se cruzam e interligam no teu interior, tu não vês que os nossos medos já não cabem no bolso e já não há como ignorá-los?
Diz-me, por favor, diz-me que não começas a pensar que talvez o teu lugar não seja comigo. É que é certo que de cada vez que desvias o teu olhar, evitando o cruzamento com o meu, começo a achar que essa ideia está a instalar-se e a ocupar a tua mente, levando para longe as boas recordações do nosso amor.
Diz-me que continuas com todas as certezas deste mundo de que é comigo que queres ficar, ainda que as dificuldades se vão erguendo cada vez mais altas, ainda que todas as pontes que vamos construíndo, de modo a unir os nossos caminhos sejam quebradiças, inseguras, características de viagens e caminhadas turbulentas.
Eu não quero desistir, sabes? Não quero parar agora que parecemos ter chegado tanto. Não quero largar-te e saber que não farás mais parte da minha vida. É simples e posso facilitar as coisas, posso dizer-te clara e especificamente aquilo que não conseguirás ler porque não se encontra escrito, aquilo que está subentendido, as chamadas entrelinhas. EU NÃO QUERO FICAR SEM TI!
Podias ser apenas mais um homem, é certo. Podias ser apenas mais um daqueles com quem nos cruzamos tantas vezes na rua ou com quem chocamos no supermercado.
Não contesto isso, podias ser apenas mais um, no meio de tantos outros, mas o que te torna diferente, o que te torna sagradamente diferente é o simples facto de seres tu e só tu o dono do meu coração.
Percebes o que te tentei dizer, o que te tentei fazer ver? Pára de me magoar, porque trata-se apenas disso quando queres fazer parecer que tudo está bem, já pensaste nisso?
Por favor, não finjas mais, tu nunca foste bom actor.

13/02/11

Coisas de mulheres.


Não mostres medo, não andes em roda, não contornes o assunto.
Sê clara e directa, sê certeira nos golpes que dás, sê fria e distante.
Coloca as cartas em cima da mesa e vai virando-as, uma a uma, tal como faria uma taróloga, não lhe adivinhes o futuro mas apresenta-lhe o presente que tem estado subentendido no teu sorriso forçado diário.
Não cales a tua voz e não mostres totalmente os teus sentimentos. Por dentro estarão ao rubro mas não deixes que transpareçam à flor da pele.
Não mostres que estás aterrorizada com a ideia de que ele pode decidir ficar longe de ti, sentir-te a tremer só o vai fazer querer ir mais rápido.
Tenta mostrar-lhe que o amor que sentes não é suficiente para rastejares aos seus pés e abdicares do orgulho que é ser mulher para ti.
Vira uma carta e lembra-o das noites que contigo não passou, das demonstrações do teu amor que ignorou, do enorme total de vezes que te desligou o telemóvel numa «noite de amigos».
Age com crueldade, com distância, com frieza, não deixes as lágrimas correrem pela tua cara, não deixes que as tuas pernas tremam, a tua voz terá que sair firme e terá que atingir certamente onde sabes que irá doer-lhe, que irá tocar-lhe no coração que parece ter congelado com o tempo.
Não uses metáforas, não cries enigmas e não deixes frases inacabadas, como a Margarida diz, os homens não sabem ler nas entrelinhas. Diz o que te vai na mente, o que te pesa no coração, o que te faz criar um nó na garganta.
Por muito bem que lhe queiras, ele está a provocar danos, talvez irreversíveis, em ti, está a abrir feridas em cima de feridas sem dar tempo para que estas cicatrizem.
Para ele está sempre tudo bem, para ele tu estarás sempre de sorriso no rosto á espera que ele chegue a casa a cheirar a cerveja, com batom de mulher na camisa depois de uma «noite de copos».
Não feches os olhos a erros fulcrais como este, não finjas que não vês e não ignores o facto de teres o coração partido.
A tua vida dará uma reviravolta depois daquela conversa, serão 360º de diferença e talvez consigas acordar o amor que ele sempre sentiu por ti ou talvez não.
Depois de tudo aquilo, nada mais poderás fazer, as cartas estão voltadas, em cima da mesa tens uma balança, poderá pesar mais para o sim, poderá pesar mais para o não. Não se saberá o final até veres os lábios deles abrirem-se prontos a dizerem-te o que acontecerá de seguida.
E aconteça o que acontecer, mostra-lhe sempre que a vida é dura mas tu serás sempre bem mais que ela!

10/02/11

É preciso dizer que te amo para te fazer ficar? É preciso agarrar-te por um braço e gritar aos quatro ventos que tu não podes ir embora agora que chegamos tão longe? É preciso colocar-me de joelhos e, entre lágrimas, pedir-te para não desistires, para não te dares por vencido?
Eu faço isso, eu abdico do meu orgulho e deixo o papel de Super Mulher de lado e digo-te de uma vez que tu és tudo aquilo que eu sempre quis e que tu não podes fugir desta forma?
Não sou de frases feitas, daquelas que toda a gente tem na boca, mas que faz realmente falta no coração, não sou de abrir o meu coração e dizer tudo o que sinto sem deixar de parte uma única parte de mim.
Eu não sou assim, eu tenho o meu próprio jeito (estranho, por vezes) de mostrar o quanto gosto de ti, ainda que isso te possa passar despercebido nos meus gestos, nos meus olhares e até nas nossas conversas, porque os homens não têm a capacidade de ler aquilo que queremos deixar nas entrelinhas, mas tornam-se peritos a criar-nos nós na mente com as suas jogadas, com as suas frases incompletas, com o seu jeito mortífero.
Tu conheces-me, eu não sou de correr atrás de uma pessoa, eu sou de a deixar ir e esperar que quando ela quiser, voltará, no entanto, contigo tem vindo a ser diferente.
Eu não te quero deixar ir, eu não te quero ver a retomar o teu caminho, sem mim, eu não quero contar os teus passos e não quero sentir o meu coração a quebrar-se, sem ser capaz de o recompor.
Parece-me um cliché, uma moeda de duas faces, uma faca de dois gumes expor os nossos sentimentos, falar de nós, dar a conhecer o nosso passado, as aventuras e desventuras, as quedas, as ilusões e consequentes desilusões a uma pessoa que se atravessa na nossa vida de um dia para o outro, mas foi uma coisa que tu me ensinaste a ver. Essa pessoa não é uma qualquer, é e será sempre (esperamos nós) a melhor surpresa que o destino podia ter guardado para nós.
Portanto, o que é mais preciso para te fazer ficar? Eu espero por ti todas as noites, eu ponho a água do teu duche a correr, cozinho para ti e nunca me mostro descontente.
Dou-te todo o meu amor e não peço nada em troca, porque no amor nada se pede, embora dar sem esperar qualquer retribuição seja uma armadilha que poderá aprisionar-nos nas suas redes, embora seja uma espécie de bomba que poderá não se desamardilhar antes do fim do tempo.
E quando explode, destrói-nos o coração, corrompe-nos a alma. Leva tudo o que é nosso e deixa-nos sem rumo. Transforma-nos em meros farrapos, num mero fantasma daquele foi outrora o nosso amor.
E agora? Quem estará lá para nos levantar da queda? Quem estará lá para unir as peças do puzzle e para consertar as falhas, tapar os buracos, secar as lágrimas?
Não quero que isto me aconteça, não quero que isto nos aconteça.
Não quero ver-te baixar as armas e erguer as paredes do teu mundo para mim,
Não quero ver-te de coração partido e de derrota estampada,
Não quero ver-te longe de mim.
E digo, digo que estamos aparentemente bem ainda que por dentro só nos apeteça sossegar, nos apeteça parar de lutar por um bocado e descansar, descansar da guerra que o mundo, que o tempo parece ter aberto contra nós.
Sabes, eu sinto que te estou a perder, que me estás a fugir do alcance, que estás abrir a porta do meu coração para de lá saíres e prestes a expulsares-me do teu. Sabes, eu sinto que te estou a perder e o medo já não cabe no bolso, o medo já não é disfarçável e imperceptível, o medo encontra-se reflectido nos meus olhos e nada é capaz de o mandar embora.
Sabes, eu sinto que te estou a perder e isso assusta-me.

08/02/11

O que somos nós?

E o que somos nós? O que somos nós a lutar contra o resto do mundo? que somos nós a tentar derrubar as barreiras que se erguem cada vez mais altas? O que somos nós a ouvir vozes acima de vozes ditarem-nos a sentença do nosso fim? O que somos nós a tentar provar algo que nem sequer é palpável, visível e comprovável? Eu estou a perguntar-te, o que somos nós?
O que somos nós quando o medo se apodera da nossa alma como se a ele pertencesse e nos faz questionar aquilo em que tanto acreditamos? O que somos nós quando as dificuldades que se atravessam parecem ser mais inultrapassáveis e insistem em nos aparecer á frente a cada passo?
Afinal, de que nos adianta sorrir e manter a simples aparência de que tudo está bem quando por dentro trememos de medo de que aquele instante, aquela mera fracção de segundos, seja afinal de contas, a última vez que ouvimos o «amo-te» que voa directamente para o nosso coração e nos preenche instantaneamente por breves momentos?
De que nos adianta lutar dia após dia quando o resto nos trava na luta e nos faz achar que talvez nós estejamos a fazer alguma coisa de errado, talvez sejamos nós que estejamos enganados?
De que nos adianta agarrarmos a mão um do outro quando o tempo, quando o mundo, quando as circunstâncias nos fazem largar com aquele pensamento «será o fim? será que é agora que ele vai dizer não sentir mais o mesmo?»
Eu começo a cair nestas armadilhas, a pisar as minas que rebentam mesmo debaixo dos meus pés. Eu começo a deixar que o meu coração seja uma espécie de bomba-relógio, que irá explodir a qualquer momento e a erguer as paredes para que mais ninguém provoque mais danos. Eu começo a baixar os braços e fechar os olhos como se não houvesse solução senão desistir. Eu começo a deixar as lágrimas caírem e deixar que o meu corpo descanse, algures em busca de paz, de sossego.
Eu espero que tu compreendas que eu não posso desligar-me de tudo o que me dizem sobre ti, por muito que ás vezes isso fosse o melhor.
Eu espero que tu compreendas que eu estou numa espécie de encruzilhada que a vida me colocou e que não posso simplesmente escolher um caminho ou outro porque é o que quero naquele momento.
Porque tu sabes, ou se não sabes deverias saber... Nem sempre o que queremos é o que está certo, nem sempre os amores são ditados de sorrisos, nem sempre os momentos são de felicidade, nem sempre se pode forçar um sorriso, nem sempre se pode fazer ouvidos moucos ao que os outros dizem.
Ouve, eu amo-te, eu amo-te mais e mais e eu não quero desistir agora, eu não quero abrir as mãos e deixar tudo fugir-me por entre os dedos, eu não quero virar as costas ao que tão feliz me fez, eu não quero perder-te, tu sabes isso? Tu sabes que de cada vez que eu penso em ti deixo escapar um sorriso porque sei que de alguma forma, de algum jeito me vieste completar? Tu sabes que de cada vez que as nossas mãos se entrelaçam eu ainda sinto borboletas no estômago? Tu sabes que de cada vez que discutimos eu sinto um turbilhão na cabeça e no coração e algo a quebrar-me completamente? Algo que não consigo evitar, algo que não consigo derrotar?
E é exactamente assim, que me sinto agora, e não, não tens culpa, meu amor, não tens culpa de que a incerteza e a insegurança se tenham instalado e decidir fazer-me questionar aquilo em que tanto quero acreditar, aquilo que tanto quero fazer durar.
(ao contrário dos textos, anteriormente, aqui postados, este é verdadeiro, infelizmente é real e não é ficcional.)

06/02/11

Meu querido domingo...


É assim que me encontro hoje, perdida algures por entre um livro parecido com este, a tentar saber coisas que aconteceram há milhares de anos, quando as pessoas nem sequer sabiam o que era uma cidade. E sinceramente, sem perceber porque raio haverá isto de me interessar!
O que eu faço por ti, jornalismo, meu querido jornalismo. Para talvez me fechares a porta na cara e me pôres nas filas do desemprego.
Desejem-me sorte porque preciso de, pelo menos, um 17!
Compensar-vos-ei quando me vir acordada deste pesadelo...
(o estudo deixa-me louca, se eu me encontrasse em pleno uso das minhas capacidades mentais não escrevia aqui tal coisa -.-)

05/02/11

A porta aberta

Tens esta porta aberta e é assim que a vais encontrar de cada vez que a procurares, de cada vez que precisares de te sentar junto á lareira no conforto daquele que foi, outrora, o nosso sofá, naquela paz e calma, serenidade e quietude que foram, outrora, a nossa rotina. Rotina essa que tomou conta dos nossos corações e os aquecia, quer dizer, creio que talvez seja o amor que sentimos a aquecê-los.
Eu nunca percebi ao certo porque é que cheguei a casa naquele dia e te vi com as malas por uma mão pronto a dizeres-me «adeus.».
Eu nunca percebi ao certo porque é que metade dos nossos objectos já não estavam dispostos nos lugares onde permaneceram durante todos aqueles anos.
Eu nunca percebi porque é que queimaste as cartas, rasgaste as fotografias, esqueceste o tempo de convivência, de felicidade.
Ou tu não eras feliz? Ou todos os sorrisos e gargalhadas eram meras representações hipócritas vindas do homem que eu mais amava?
Diz-me que não eras feliz e faz-me acreditar nisso porque ninguém mente, ninguém encena, ninguém finge tão bem durante anos a fio.
Eu não sei se foi outra mulher que se atravessou no teu caminho e entrou no teu coração.
Eu não sei se foi a rotina que te fez cansar e querer saltar fora do barco.
Eu não sei se tu és apenas um homem sem escrúpulos que o que quer é ter todas na mão.
Depois da frieza, depois da crueldade com que me trataste naquele final de tarde, em que deixaste as chaves pousadas no móvel, eu percebi que vivi tempos e tempos com um desconhecido.
Percebi que a pessoa que se deitava ao meu lado todas as noites não estava a cuidar de mim, como eu julgava. Essa pessoa tinha acabado de me quebrar completamente e pior, eu podia ver na sua expressão que isso não lhe importava...
Mas eu sei, no momento foi a raiva a falar mais alto, foi a incredulidade a deixar-me perplexa, foram as lágrimas a formarem-se nos olhos, o nó na garganta que não desatava e a sensação de quem levou um soco no estômago.
Liguei-te vezes sem conta e nunca conseguiste atender-me nenhuma das inúmeras chamadas. Creio que não o fizeste porque não sabias o que haverias de me dizer, não encontrarias uma razão para teres mudado de rumo, teres alternado por outra rota, teres seguido outro caminho.
Enviei-te postais de «parabéns.» e de «bom natal» durante todos estes anos sem nunca ter obtido um simples «obrigado» e vivo após todo este tempo de ausência sem saber se algum dia voltarás, se algum dia sentirás vontade de o fazer.
O que é certo, é que me tornei em meros farrapos do amor que vivemos, tornei-me um fantasma que vagueia noite após noite pela casa na esperança de te ver entrar, com as malas por uma mão,
Na esperança de que me abraces e me beijes,
Na esperança de que me digas que nunca mais me vais deixar,
Na esperança de que cumpras as promessas que fizeste,
Na esperança de que voltes a ser o homem, o grande homem que eras, que estará algures adormecido em ti.
E deixo aquela porta aberta, dia após dia, na esperança de que voltes para mim, para ti, para nós.
E perguntam-me «Não te cansas de esperar por algo que nunca vai acontecer?». Não, quem ama não se cansa ainda que sejam meros sonhos, meros devaneios da nossa alma, do nosso coração!

E se eu for...

E se eu for, procura por mim, nunca deixes de fazer, nunca desistas de me encontrar.
Revolve toda esta cidade em busca de um mero sinal de mim, põe anúncios no jornal dizendo que estás desesperadamente á espera que eu chegue, que eu volte e que decida recuar ao ponto de partida, ao nosso ponto de partida.
Por favor, procura por mim. Não te esqueças do que fui para ti, do que foste para mim, de tudo o que juntos fomos.
Se eu for, certamente, não será por mera vontade própria. Haverão motivos, haverão razões, haverão fundamentos que me levarão a tomar tal atitude, a fugir de nós, a traçar um caminho que não é o mesmo que o teu.
Mas eu sei, eu nunca irei ser feliz sem te sentir em mim a cada segundo, portanto não desistas, não cruzes os braços, não feches os olhos e suspires como se tivéssemos chegado ao final da linha, porque sabes meu pequenino? Nós nunca veremos esse final, nós nunca iremos separar-nos definitivamente, o nosso amor tornou-nos imortais, imortais ao tempo, ás adversidades da vida, ás partidas do destino, ao desgaste provocado pela distância.
Então corre este mundo, vira-o e revira-o as vezes que forem precisas até me alcançares, mostra-me que ainda me queres na tua vida, diz-me que os maus momentos irão acabar depressa e que se nós já chegamos até aqui, nós temos tudo para ir mais longe, muito mais longe.
Cola fotografias pelas ruas amargas e solitárias, pergunta aos sem-abrigos se não viram por aí uma menina de coração partido.
Não te canses, não te resignes ao nosso fim, não te sentes e não olhes para o infinito como se não houvesse solução.
Eu poderei fazer as malas e sair de casa, da nossa casa, mas mesmo assim terei plena consciência de que o meu lugar será ali, terei plena consciência de que séculos não serão suficientes para apagar o quanto juntos já fomos felizes.
Eu não posso esperar mais para passar todos os dias da minha vida, então por favor, vamos evitar, vamos evitar que a nossa relação seja mais uma dessas que por aí proliferam e que se desgastam dia após dia, até que num se desmoronem e incrivelmente, há quem respire de alívio por finalmente esse dia ter chegado. Por favor, vamos evitar tudo isto. Por favor, não me deixes ir. Por favor, segura-me junto ao teu peito. Por favor, abraça-me tão fortemente que levantes os meus pés do chão. Por favor, diz-me, diz-me que sou a mulher da tua vida e que mais ninguém virá ocupar esse meu lugar.
POR FAVOR, AMA-ME PARA SEMPRE!

02/02/11

Amas-me?

Diz-me, tu amas-me? Tu amas-me no verdadeiro sentido da palavra? Amas-me com toda a tua alma e o teu coração?
Não vires a cara quando te faço essa pergunta, não revires os olhos como se eu devesse saber a resposta e o problema fosse meu.
Não finjas, não encenes, não representes.
Diz-me de uma vez se me amas, se me amas a todos os segundos do teu dia.
Não me vires as costas e não caminhes delineando curvas no trajecto.
Dá-me uma resposta, seja ela qual for, mas não contornes o assunto, não andes em volta sem me dizeres clara e especificamente o que te vai no coração, caso o tenhas.
A tua resposta deve ser constituída por uma só palavra, apenas com três letras e mesmo que não seja aquela que eu quero ouvir, ter a paz de uma certeza será aquilo de que mais precisarei, ainda que doa, ainda que magoe, ainda que me parta o coração ouvir-te dizer que não me amas.
É melhor assim... Tu sabes disso tão bem quanto eu...
Mesmo que nos custe desligar de tudo o que juntos vivemos, tudo o que juntos construímos.
Eu ainda te amo, digo-te isso todos os dias e de cada vez que o faço tenho a secreta esperança de que me digas o «Eu também.» que o meu coração tanto deseja ouvir... Mas tu não o dizes.
Baixas a cabeça e de seguida, beijas os meus lábios de forma rápida e sem sabor. Beijas-me sem vontade, eu percebo isso e quanto mais te tento agarrar e manter aqui, mais tu me foges por entre os dedos como se fosses areia.
Já não me dás a mão quando passeamos juntos pela cidade, melhor, agora nem o fazemos. Já não insistes para nos sentarmos naquele banco de jardim, o banco que viu as nossas mãos entrelaçarem-se pela primeira vez. Já não me convidas para jantar fora só porque queres quebrar a rotina e manter viva a nossa relação. Já não te vens deitar comigo, dás de desculpa uma insónia e eu tento engolir em seco e fingir que ainda não me dei conta de que me evitas.
E porquê mantermos isto vivo desta forma? Por favor, diz-me de uma vez se queres desistir ou se vais lutar por nós, porque meu amor, eu estou cansada, eu não quero mais.
E se já não me amas, então faz as malas, leva tudo o que é teu e tudo o que possa levar-te de volta á minha memória, bate aquela porta e deixa as chaves, não me sorrias nem dês esperanças vãs. Não cries ilusões de que voltarás talvez, quando sentires falta.
Apesar de tudo, eu sei que sentirás mas vale de alguma coisa receber-te de novo para que me magoes e destruas, mais uma vez, tudo o que um dia acreditei? Não sabes mas eu digo-te: não, não vale.
Se não me amas leva tudo o que é teu e antes de deixares esta casa devolve-me o meu coração, o coração que partiste.
(Antes que mentes carregadas de imaginação se ponham com coisas aviso desde já que este texto não tem razão verídica. Obrigado!)