Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

30/08/10

Meu amor!

Encontraste a chave.
A chave que poucos conseguiram achar,
A chave que te dava total e completo acesso ao meu coração.
Ao lugar em que não era qualquer um que entrava e que era raros os que permaneciam.
Vieste e nunca mais foste, ao invés do que eu pensava, e aquilo que eram pequenas conversas por mensagens durante a noite, passaram a preencherem-me a alma e a completarem-me os dias.
Disseste o certo no momento exacto e ensinaste-me coisas que julguei jamais aprender.
E aquele que era apenas o mulherengo que todo o Mundo pintava, ocupou-me e arrebatou-me o coração da forma que jamais alguém o fez.
E nunca desististe de mim, nunca desististe de me mostrar que eu ainda podia fazer algo para ser feliz, nunca desististe de me mostrar o quanto era importante para ti, nunca desististe de mostrar o quanto aquilo era especial, ainda que te afastasse de cada vez que te aproximavas.

Mas tu, tu conseguiste fazer-me prender a ti, conseguiste fazer-me deixar-te abraçar-me, conseguiste deixar-me ser amada por ti, e amaste-me.
Amaste-te da forma mais bonita que alguma vez alguém me amou,
Amaste-me por completo e inteiramente,
Amaste-me e continuas a amar-me.
Dia após dia, mostras-me o quanto é bom amar e o quanto é bom ter um porto de abrigo para onde corrermos de cada vez que as coisas correm mal.
E tu, tu és esse meu porto de abrigo, estás lá nos piores e nos melhores momentos, seguras-me nos teus braços e proteges-me de todas as coisas más, mimas-me e fazes-me sorrir, entre lágrimas, por te ter comigo.
Obrigada, obrigada por me fazeres querer lutar pelo nosso namoro, obrigada por me fazeres feliz com um só sorriso e obrigada por me amares com um só olhar,
O olhar que ainda me faz estremecer,
O olhar que ainda me prende total e completamente,
O olhar que ainda me deixa o coração a bater arrebatadamente,
O olhar que me mostra que o amor é a melhor coisa do mundo.
E esse amor,

O nosso amor é a canção que entoa no meu ouvido segundo após segundo.

Parabéns, Ruizinho!

14/08/10

Imaginação...

Atirei-me de cabeça, rumo àquele poço sem fundo.
Sabia que seria difícil, talvez impossível, voltar ao cimo e retomar a minha vida mas naquele momento, pareceu-me acertado ir pelo caminho mais fácil.
Em vez de tentar contornar o poço, dei um passo em frente e atirei-me de cabeça para o lugar que me viria a (quase) destruir a vida e que me partiu o coração.
Não tentei agarrar-me ás coisas boas que tinha, achava que a aquele alguém que tanto me magoou merecia aquela queda, merecia todas as cicatrizes com que fiquei, aquelas que nunca saram, nunca fecham completamente, apesar de todos os nossos esforços.
Eu caí e tive pessoas a tentarem dar-me a mão, a tentarem levantar-me, a tentarem concertar tudo aquilo em que eu nem seuqer conseguia tocar.
No entanto, tive muitas pessoas a quererem que eu permanecesse no chão, para elas o meu sofrimento e as minhas lágrimas não lhes faziam qualquer diferença, até lhes alimentavam o ego.
E eu juro que ainda tentei por muitas vezes levantar a cabeça e retomar tudo que tinha deixado parado,
Tu vinhas, davas-me algum conforto, eu dava-te todo o meu carinho e tu ias embora.
E por mais uma vez eu ficava em farrapos, não conseguia sentir nada, ficava só a tentar adormecer, na esperança que o meu sono me levasse aquele sentimento.
Naquelas tuas vindas e idas, eu, inocentemente, ainda acreditava que querias voltar, que irias deixar tudo e correr de volta para os meus braços.
Idiota, aceitava-te de cada vez que te aproximavas sem perceber que a cada segundo ia descendo mais baixo no poço.
E bati, bati lá no fundo, e foi por onde eu fiquei durante TANTO tempo.
Estava toda a gente dizendo para subir, para erguer a cabeça, levantar o corpo e agarrar a mão deles porque nunca me iam largar, mas eu não fiz o mínimo esforço.
Continuei deitada no chão de terra batida, com o sabor da derrota na boca e com o coração quebrado em pequenos pedaços.
Todos se foram embora, cansaram-se de esperar e apenas disseram «Quando quiseres levantar-te, quando quiseres recompor-te terás que o fazer sozinha porque nós não podemos continuar a amparar-te queda após queda sem nunca te tentares levantar»
Foi talvez a única coisa que me fez ter dúvidas se aquela pessoa merecia de facto que eu perdesse tudo o que levou tanto tempo e conquistar, se ele merecia que eu deixasse tudo o que construí desmoronar-se á minha volta.
E naquele momento a frase «Todos caem mas apenas os fracos permanecem no chão» fez todo o sentido.
Eu não era fraca, nunca o tinha sido e não podia começar agora.
Depois de todos aqueles meses eu LEVANTEI-ME e saí de tudo com um sorriso no rosto, e sabem aqueles que diziam que não iam mais estar lá? Foram os primeiros a correr ao meu encontro e a dizerem-me que a partir daquele momento tudo seria mais fácil.
(...)
Já passou imenso tempo mas eu admito que ainda dói, ainda dói ter magoado todos os que apenas me queriam bem, ainda dói ter-me magoado a mim própria repetidamente.
Ainda dói saber que estive no fundo do poço, ainda dói saber que o amor não é só felicidade.
Não vou dizer que as feridas sararam e que as cicatrizes não são vísiveis, porque isso não corresponde á verdade.
Mas eu sei que um dia, um dia tudo isto serão apenas recordações do passado que me fez mulher.
E eu hoje sou Mulher, hoje sou feliz, hoje tenho quem cuide de mim e quem nunca me deixe cair.
E todas as lágrimas? Todas as noites sem dormir? Todas as quedas? Toda a dor? Todo o sofrimento? Hoje, isso não passam de danos colaterais.

04/08/10

PARABÉNS!

Talvez eu pudesse contar a nossa história visto que teria imensos episódios por onde começar, visto que teria demasiadas peripécias para expor mas acho que isso passou a ser tão nosso que o quero guardar só para nós, tal como guardamos aquela caixa.
A nossa caixa dos segredos, aquela que só nós abrimos e só nós sabemos o conteúdo,
Aquela que só nós sabemos o seu lugar e aquela que nos une mais a cada vez que lá mexemos.
Caminhamos por tantos trilhos com armadilhas, com surpresas que não queríamos, com coisas que supostamente não deviam acontecer. eu caí imensas vezes, tu levantaste-me, tu caíste imensas vezes e eu levantei-te.
Nunca largaste a minha mão por mais difícil que fosse continuar a agarra-la, nunca me negaste um abraço, nunca deixaste uma lágrima correr por muito tempo sobre o meu rosto.
E quando me lembro de todas as vezes que fomos felizes e de todas que nem tanto fomos, éramos sempre nós a estar lá, a cuidar uma da outra, a segurar as pontas por muito pesadas que fossem, e ás vezes as pessoas nem imaginam o quanto eram.
Ficamos juntas as duas, a compartilhar segredos pela noite fora, a guardar cada um só para nós, a dizer simplesmente «Minha parva», antes de ir dormir.
E tinha vezes, em que aquele teu «Minha parva» me caía tão bem, me fazia sentir que ias estar lá, sempre que fosse preciso, me fazia sentir que jamais viria algo suficientemente forte que nos destruísse, e na verdade, nunca veio nem nunca virá.
E por muito estranho que pareça, nunca deixamos nada por dizer uma com a outra, porque por vezes conseguimos falar só com um olhar, aquele nosso olhar.
E é com esse mesmo olhar que tu me dás tanto, que tu me ensinas coisas que nunca pensei aprender, que me mostras que sou capaz de algo que julgava impossível, é esse olhar que me mantém viva e somos nós que mantemos viva a nossa caixa dos segredos *.*
És a minha vida, és o meu mundo, és tudo o que mais ninguém poderá saber e eu faço qualquer coisa para te ver feliz, nunca te esqueças disso, meu amor.
PARABÉNS, minha Flávia <3

(O texto devia ter sido postado no dia 31 de Julho mas devido a merd*s da Blogosfera não me foi permitido)