Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

27/07/10

Quero voltar...

Quero voltar para os velhos dias, aqueles em que o telemóvel tocava e eu sabia que eras tu :$

23/07/10

Tempo

Dizem que o tempo cura tudo mas a verdade é que já passaram tantos meses desde que me disseste que tudo tinha acabado e eu ainda não me sinto curada.
E quando volto a pensar naquela noite ainda sinto o meu coração quebrado e espalhado por aquele chão que nunca mais pisaste.

Ainda é real, sentir que nunca mais entraste por aquela porta mesmo que eu a tenha deixado aberta para ti, dia após dia.
Encheste as malas com as roupas, com metade dos objectos da nossa casa, com as recordações, com as fotografias, com tudo aquilo que construímos a cada dia.
Ainda me sento no exacto local onde fiquei, durante horas e horas a fio e quando para lá olho é como se continuasse a ver todas as lágrimas que chorei, aquelas que correram pela minha cara ainda que me esforçasse para que isso não acontecesse.
E tempos depois, eu ainda não me sinto curada portanto o tempo não cura tudo e o tempo, o tempo não cura o verdadeiro amor, o amor que continuo a sentir por ti.
E sei que fui injusta imensas vezes enquanto estivemos juntos, sei que discuti contigo por qualquer coisa, normalmente sem a mínima importância, sei que errei ao fazê-lo, sei que te magoei, mesmo não me dando conta disso.
Sei que nessas alturas, te devia ter deixado apaziguar-me, em vez de te afastar como fazia, sei que te devia ter ouvido, preferia sempre as culpas ás desculpas, sem pensar que podiam ser mesmo álibis fundamentados.
Sinto-me culpada por teres ido embora, e o tempo não levou as marcas nem as cicatrizes e não apagou as tristezas nem a mágoa.
Passaram semanas e ia sempre procurando por ti, tentava saber se te esqueceste de mim e mesmo sabendo que sim, tentava convencer-me a mim própria que não.
Custava-me acreditar que me tinhas substituído e custava-me mais ainda aceitar que o tinhas feito facilmente mas eu sabia, quer dizer, eu sempre soube.
Os homens têm facilidade em lidar com os desgostos de amor, entregam o coração ao primeiro colo que lhes oferece abrigo, ao primeiro tecto que lhe oferece protecção, ao primeiro chão que lhe oferece segurança, e mais tarde perceberão que por vezes os abrigos não são seguros, os tectos são falsos e o chão pode ter vários metros de profundidade.

Egoístamente, eu gostava que esse fosse o teu caso e voltasses para casa, para a nossa casa.

19/07/10


I wish you could know how many times every day my thoughts run to you!

Happily never after :$


«As cicatrizes lembram-nos sempre onde estivemos mas não têm que forçosamente ditar para onde vamos»
Já não sou feliz aqui, e eu sei, chegou a hora da partida...

17/07/10

Quando o fim chega, por vezes, cedo demais...

Dizes que eu estou bem, que tudo está bem mas sabes, isso não corresponde á verdade.
Eu ainda me sinto deitada no chão, em pedaços.
Os pequenos pedaços em que me transformaste, depois das duras palavras jogadas na minha cara, depois dos longos gritos que quebraram o silêncio da noite.
Saíste porta fora com as malas por uma mão.

Para toda a gente as luzes da nossa casa naquela noite ficaram acesas, mas para mim estava mais escuro que nunca.
Não conseguia acreditar, não conseguia entender como uma discussão por tal ninharia viera desenterrar assuntos do passado, que para mim estavam enterrados e guardados naquele poço sem fim, das coisas em que preferíamos não remexer.
Dizes que eu estou bem, mas passado tanto tempo, eu ainda me sinto magoada, ainda sinto o meu coração total e completamente quebrado, ainda não juntei todos os bocados.
Por falta de coragem mas acima de tudo porque talvez essa dor ainda seja o mais perto que estive de ti, em tantos meses.
Sei que acabo por sofrer ainda mais por nem sequer tentar mandar esta dor embora, sei que me magoo a mim própria constantemente e pior sei que me culpo pela tua partida, constantemente.
Ontem á noite liguei-te.

Ainda que fosse uma imperfeita reprodução da realidade, o que me chegava aos ouvidos através dos fios que faziam a ligação entre o teu telefone e o meu, foi o mais verdadeiro e real que me chegou de ti, em tanto tempo.
Era a tua voz, a tua e de mais ninguém, era a tua respiração coordenada, os teus pulmões a encher e esvaziar do outro lado da linha e todo aquele combinar de simples sons que ainda me faziam estremecer e me faziam arrepiar.
Eu não conseguia pousar o telefone, sabia que a partir desse momento os ponteiros do relógio iam recomeçar a moverem-se e o meu coração iria voltar a bater e ia doer, eu sabia que ia.
«Quem é?», foi a única coisa que me disseste passado todos aqueles meses,.
Queria poder dar-te uma resposta, queria poder dizer-te que era eu, aquela que em tempos amaste, mas quando tentei fazê-lo a voz falhou-me, senti-me muda pelo sofrimento, tal e qual como naquela noite.
«Quem é?», a única coisa que consegui fazer foi abrir os lábios e ficar a olhar em frente, a minha voz tinha-se perdido tal e qual tudo o resto.

Eu conseguia ouvir a tua respiração do outro lado da linha, certa e coordenada, sempre a pressionar-me, a consumir-me e a desfazer-me a alma.
Ouvi um suspiro, o último suspiro.
A chamada caiu, o telefone caiu, as lágrimas caíram.
Eu juro-te que queria ter-te dito que era eu, a mesma que te aconchegava todas as noites, aquela que punha a água do chuveiro a cair para que quando chegasses pudesses tomar o teu banho quente, tal e qual como gostavas.
Eu juro-te que queria ter-te dito que era eu, a mesma que te acordava dia após dia com uma beijo, a mesma que te fazia rir com a falta de jeito para cozinhar.
Eu juro-te que queria ter-te dito que era eu, aquela que te amava incondicionalmente e aquela que te prometia ser sempre tua*

De um simples gostar passou a ser um sonho,
Não me perguntem porquê mas não me imagino a fazer qualquer outra coisa senão ajudá-los e estar ao pé deles.
Poderia passar uma vida a ver imagens como estas e poderia descobrir a cada segundo algo que ainda poderia ser mudado :s

13/07/10

Game over.

Na verdade, por muito que tente e acredita que tentei, não sou capaz,
Não sou capaz de me levantar todos os dias e sorrir como se nada se passasse,
Não sou capaz de jogar fora todos os teus objectos, que ainda me trazem á memória cada traço teu,
Não sou capaz de guardar todas aquelas recordações num baú e deixá-las lá a apodrecer, sem nunca o abrir por um segundo sequer.
Não, não sou capaz e temo que nunca serei.
Não sou fraca por viver de lembranças do passado, há quem viva de ilusões do presente, acho que isso acaba por ser ainda pior.
Pelo menos, eu ainda vivo por algo que foi real, algo palpável, ainda que de pouca duração, o que me fez tão feliz existiu e não foram apenas imagens, sentimentos e momentos que a minha mente criou.
Custou ficar a ver-te embora sem mais nenhuma palavra me dizeres,
Custou ver-te passar ao meu lado evitando o contacto com o meu olhar,
Custou tentar reconstruir tudo como se fosse do zero,
Custou e ainda custa.
Não me perguntes porquê, pensei que seria mais fácil mas não o foi...
E continuo dia após dia, noite após noite a relembrar tudo o que vivemos,
Na verdade, é isso que ainda me faz sentir viva, é isso que ainda me faz querer tentar ser feliz, mesmo que seja só por tu o seres.
Dizem que a vida toma rumos diferentes, talvez este sentimento ainda tenha uma razão porque não, eu não acredito que o nosso fim tenha chegado, por muito que me tentes mostrar que sim.
Por muito que digas já não me amar, eu acabo sempre por pensar que amar podes não amar, mas ainda relembras o que passamos juntos.
E é por isso que só te peço uma razão, que me digas onde errei, onde falhei porque eu não sei porque não ficas comigo como me prometeste :$

Sempre tua, C*
(Pura imaginação)

10/07/10

Meu R*



Não há nada mais bonito que ver-te a sorrir, logo de manhã, e sentir-te abraçar o meu corpo, enquanto me sussuras ao ouvido «Minha princesa».

Vamos fazer este sonho durar para sempre :$

A infância *.*

Hoje estou nostálgica e com saudade dos meus 4/5 anos,
Com saudades dos tempos em que não me importava com o que ia vestir, com os quilos que aumentavam de semana para semana e com saudades dos tempos em que tudo corria bem.
Tenho saudades de acordar com a minha avó a pôr-me o biberão na boca,
Tenho saudades de pular em cima da cama e da minha mãe gritar comigo para não o fazer,
Tenho saudades de acordar ás 6h para ver os Teletubbies,
Tenho saudades de passar as tardes a correr pelo quintal,
Tenho saudades dos tempos em que não tinha horários e em que fazia o que quisesse,
Tenho saudades de cair e magoar os joelhos e no dia seguinte voltar ao mesmo sítio e cair de novo,
Tenho saudades de pensar que o dinheiro não servia para nada,
Tenho saudades de não saber o significado de pedofilia, violação e homicídio,
Tenho saudades de achar que os rapazes eram estranhos e que nunca ia gostar deles,
Tenho saudades de achar que tudo era fácil e que nada poderia estragar a minha felicidade,
Tenho saudades de achar que cada um encontra a sua alma gémea logo á nascença,
Tenho saudades de acreditar que o Pai Natal me deixava os presentes á meia-noite em ponto,
Tenho saudades de chamar velhos a todos que tivessem mais de 18 anos,
Tenho saudades, tenho saudades de quando era criança e de quando era realmente feliz, ainda que fosse feliz devido á inocência típica da idade(...)

09/07/10

Homossexualidade

Não me interpretem mal, não quero tornar este blog num daqueles sensacionalistas que só falam das manchetes que vêm nos jornais dia após dia mas...
Hoje, hoje estou especialmente irritada com o preconceito destas pessoas.
Como é que em pleno séc. XXI ainda há gente que se atreve a criticar este e aquele por ser homossexual?
É que eu juro que não sei onde é que vão encontrar argumentos que fundamentem esta sua opinião.
Não, a homossexualidade não é uma doença, não é um defeito que deveria ser notório á nascença e muito menos não é motivo para tanto desdém e tanta repugnância.
Repugnãncia é o que eu sinto por estes seres mal formados e com mentes retardadas que ainda tentam humilhar os outros por amarem outra pessoa que não seja do sexo oposto.
Agora que o casamento homossexual, finalmente, foi aceite no nosso país, como é que ainda há espaço para isto?
Chamem-me estúpida, digam que não respeito as opiniões dos outros, falem para aí que eu sou a defensora dos pobres e oprimidos, mas não, não consigo conceber tal racismo,
Sim, porque é racismo e deveria ser totalmente abolido, tal como estas vossas opiniões deviam ser,
Porque se tudo for como o normal vocês poderão ter filhos e um deles poderá ser homossexual, e por favor, vão fazer o quê? Pô-o fora de casa ou deserdá-lo?
Se forem Pais, com P grande irão apoiá-los e orgulharem-se deles, sejam o que quer que seja .
ADMIRO aqueles que mesmo no meio de tudo ainda conseguem admitir o que realmente são e ainda têm coragem de olhar para a cara dos amigos e família e dizerem «Eu sou gay».

Este post é dedicado ao meu amigo M*, porque ele é homossexual e eu orgulho-me da força daquele rapaz:
«You are beautifull, no matter what they say, Words can't bring you down» <3

Doía...

Doía.
Doía e prontos.
Não sabia onde doía nem quando iria acabar...
Apenas sabia que aquela dor tinha aparecido quando ele disse «É melhor seguir cada um o seu caminho»,
Doeu quando ele virou as costas e ela ficou a vê-lo partir,
Doeu quando passaram duas horas e ele não voltava, o que tornava tudo definitivo.
Reuniu forças e voltou para casa.
Até ali não tinha chorado, estava incrédula e ainda não tinha assimilado toda a informação,
Mas enquanto ia para casa viu um casal, tinham os seus 80 anos e estavam sentados num banco de jardim, de mãos dadas.
Enquanto se olhavam, o mundo á sua volta tinha parado, tinham o amor estampado no rosto.
Ela só conseguiu pensar «Ele tinha-me prometido tudo isto»,
O azul dos olhos embaciou-se-lhe, as lágrimas rolaram pela sua cara, e ela seguiu o seu trajecto.
Quando chegou a casa, tinha a sua avó na varanda, sentada na sua cadeira de baloiço, a passar o tempo:
-Que se passou, minha Inês?
-Eu e o Pedro avó, acabámos-respondeu-lhe correndo para os braços dela.
Ficaram assim durante uns largos minutos...
A avó perguntou-lhe como se sentia.
-Dói, não sei onde, não sei porquê, mas nunca senti tamanha dor.
-Eu sei que dói minha querida, é a dor da alma, senti o mesmo quando o teu avô partiu, ainda que por motivos diferentes, eu consigo perceber-te, meu amor. Mas por vezes, os namoros não resultam, por vezes é mesmo preciso parar e seguir em frente.
-Mas o Pedro, avó, o Pedro fazia-me feliz, eu amo o Pedro.
-Talvez o destino ainda vos junte de novo, talvez vocês voltem a namorar.
-Eu preciso de estar sozinha.
Beijou ao de leve o rosto da sua avó e subiu para o quarto, fechou a porta, deitou-se na cama e chorou sobre a almofada, durante horas a fio.
(...)
Não sabia quando tinha adormecido e muito menos como o tinha conseguido fazer.
O luz causada pelo sol tinha-a acordado, ainda sentia a sua almofada molhada pelas lágrimas, aquilo fê-la despertar para o sucedido do dia anterior.
Desceu as escadas numa corrida e foi á cozinha.
-Mãe, alguém deixou algum recado para mim?
-Inês, o Pedro esteve cá, deixou as tuas coisas que tinha e deixou os presentes que lhe deste, pediu para fazer o mesmo.
Ela não chorou, acho que a desilusão era tanta que nem o conseguiu fazer, apenas pediu á mãe para arrumar as coisas dele e para deixá-las em sua casa, porque por ela nunca mais o veria na vida.
Voltou a fechar-se no quarto e jurou que jamais voltaria a chorar, mesmo que o amasse para toda a vida(...)