Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

08/02/11

O que somos nós?

E o que somos nós? O que somos nós a lutar contra o resto do mundo? que somos nós a tentar derrubar as barreiras que se erguem cada vez mais altas? O que somos nós a ouvir vozes acima de vozes ditarem-nos a sentença do nosso fim? O que somos nós a tentar provar algo que nem sequer é palpável, visível e comprovável? Eu estou a perguntar-te, o que somos nós?
O que somos nós quando o medo se apodera da nossa alma como se a ele pertencesse e nos faz questionar aquilo em que tanto acreditamos? O que somos nós quando as dificuldades que se atravessam parecem ser mais inultrapassáveis e insistem em nos aparecer á frente a cada passo?
Afinal, de que nos adianta sorrir e manter a simples aparência de que tudo está bem quando por dentro trememos de medo de que aquele instante, aquela mera fracção de segundos, seja afinal de contas, a última vez que ouvimos o «amo-te» que voa directamente para o nosso coração e nos preenche instantaneamente por breves momentos?
De que nos adianta lutar dia após dia quando o resto nos trava na luta e nos faz achar que talvez nós estejamos a fazer alguma coisa de errado, talvez sejamos nós que estejamos enganados?
De que nos adianta agarrarmos a mão um do outro quando o tempo, quando o mundo, quando as circunstâncias nos fazem largar com aquele pensamento «será o fim? será que é agora que ele vai dizer não sentir mais o mesmo?»
Eu começo a cair nestas armadilhas, a pisar as minas que rebentam mesmo debaixo dos meus pés. Eu começo a deixar que o meu coração seja uma espécie de bomba-relógio, que irá explodir a qualquer momento e a erguer as paredes para que mais ninguém provoque mais danos. Eu começo a baixar os braços e fechar os olhos como se não houvesse solução senão desistir. Eu começo a deixar as lágrimas caírem e deixar que o meu corpo descanse, algures em busca de paz, de sossego.
Eu espero que tu compreendas que eu não posso desligar-me de tudo o que me dizem sobre ti, por muito que ás vezes isso fosse o melhor.
Eu espero que tu compreendas que eu estou numa espécie de encruzilhada que a vida me colocou e que não posso simplesmente escolher um caminho ou outro porque é o que quero naquele momento.
Porque tu sabes, ou se não sabes deverias saber... Nem sempre o que queremos é o que está certo, nem sempre os amores são ditados de sorrisos, nem sempre os momentos são de felicidade, nem sempre se pode forçar um sorriso, nem sempre se pode fazer ouvidos moucos ao que os outros dizem.
Ouve, eu amo-te, eu amo-te mais e mais e eu não quero desistir agora, eu não quero abrir as mãos e deixar tudo fugir-me por entre os dedos, eu não quero virar as costas ao que tão feliz me fez, eu não quero perder-te, tu sabes isso? Tu sabes que de cada vez que eu penso em ti deixo escapar um sorriso porque sei que de alguma forma, de algum jeito me vieste completar? Tu sabes que de cada vez que as nossas mãos se entrelaçam eu ainda sinto borboletas no estômago? Tu sabes que de cada vez que discutimos eu sinto um turbilhão na cabeça e no coração e algo a quebrar-me completamente? Algo que não consigo evitar, algo que não consigo derrotar?
E é exactamente assim, que me sinto agora, e não, não tens culpa, meu amor, não tens culpa de que a incerteza e a insegurança se tenham instalado e decidir fazer-me questionar aquilo em que tanto quero acreditar, aquilo que tanto quero fazer durar.
(ao contrário dos textos, anteriormente, aqui postados, este é verdadeiro, infelizmente é real e não é ficcional.)

2 comentários:

  1. Eu adorei este texto, adorei adorei adorei. Nada que te possa dizer se compara ao que gostei acredita.
    Cátia, não tenhas medo que seja o ultimo amo-te, não ligues ao que as pessoas dizem, luta por aquilo que AMAS cátia, LUTAAA.
    Força rapariga!!
    P.S - Como agora vou começar a seguir mais atentamente este blog peço te que ponhas a letra num tamanho maior, ando a ver um bocado mal :$

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