Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

20/02/11

Não vás


Não, por favor, não vás agora. Não, não me deixes. Não partas já quando ainda temos tanto para viver em comum.
Amor, não sigas outro caminho senão o nosso. Espera mais um pouco, o tempo vai-te mostrar que o teu lugar é aqui, que o teu lugar é comigo.
O tempo vai-nos apaziguar, vai-nos acalmar e vai-nos fazer perceber que nós não podemos desistir.
O tempo vai invadir-nos de recordações de tempos felizes, de momentos que não se apagam nem mesmo séculos depois.
Então não vás. Deixa-me explicar-te o sucedido, deixa-me contar-te a minha versão dos factos, deixa-me dizer-te que foi apenas uma ilusão infundada da tua mente, deixa-me dizer-te que não tens razão para esses ciúmes, os olhos ás vezes enganam-nos e atraiçoam-nos, sabes?
Não, por favor, não digas que acabou algo a que nós ainda mal vimos o princípio.
Eu continuo aqui, não grites como se eu estivesse longe e não te pudesse ouvir, não tomes decisões precipitadas e não digas coisas de que provavelmente te irás arrepender amanhã.
Não, não tires as roupas do armário e não me perguntes quando poderás voltar para vires buscar as tuas coisas.
Senta-te e ouve o nosso silêncio, deixa que os nossos corações comuniquem por si só e resolvam toda esta confusão, visto fazerem-no melhor que ninguém.
Percebes o que aconteceu agora? Percebes que eu nunca faria algo que pudesse eventualmente magoar-te? Percebes que eu falava a sério cada vez que te dizia que não havia mais ninguém para além de ti?
Beija-me de novo, diz-me que este pesadelo já teve o seu fim e que tu não vais embora, não vais abandonar tudo aquilo a que tanto nos prendemos.
Agarra a minha mão, olha-me nos olhos e diz-me o «amo-te muito» que já me traz instantaneamente o sorriso ao rosto.
Guarda estes momentos, estes breves instantes de calma e de serenidade, de amor, na tua alma e no teu coração, de onde nunca nada nem ninguém os poderá tirar.
Não tenhas medo, não digas que estás inseguro, eu sou apaixonada por ti, desde os primeiros tempos e algo em mim me diz que isso não vai mudar.
Não recues, não ergas as barreiras para mim, deixa-me cuidar de ti tal como de mim cuidaste, tantas vezes.
Deixa-me adormecer com a cabeça no teu peito, na escuridão do nosso quarto, só a ouvir o teu coração bater.

8 comentários:

  1. Além da história já parecer tão real, esta frase "Não, não tires as roupas do armário e não me perguntes quando poderás voltar para vires buscar as tuas coisas." Esta frase fez tudo parecer tão real... Muitíssimo bom, Cátia. Muitíssimo bom!

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  2. Ate da pena ... Não percebes que mais 2 meses e ele te deixa? temos pena ahahahahaha

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  3. Olha e tu anónimo, pelo menos ela é feliz.
    Tu deves ser algum/a infeliz que nem dar a cara sabe. Tem coragem e diz quem és. Ainda a criticas.

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  4. Deixa para lá tiaguinho, nem os comentários apago mais.
    O gado chegou á blogosfera, não há nada a fazer ;)

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  5. Ai adoro estas badalhoquinhas (digo isto com muito amor) que vêm para aqui tentar fazer a vida dos outros tão triste como a delas. (;

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  6. Sinceramente isto já andava a ficar muito calmo amor, o gado por esta zona até faz falta ;)
    Amam-me god!

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  7. Adoro Cátia está lindo :D

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