Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

02/02/11

Amas-me?

Diz-me, tu amas-me? Tu amas-me no verdadeiro sentido da palavra? Amas-me com toda a tua alma e o teu coração?
Não vires a cara quando te faço essa pergunta, não revires os olhos como se eu devesse saber a resposta e o problema fosse meu.
Não finjas, não encenes, não representes.
Diz-me de uma vez se me amas, se me amas a todos os segundos do teu dia.
Não me vires as costas e não caminhes delineando curvas no trajecto.
Dá-me uma resposta, seja ela qual for, mas não contornes o assunto, não andes em volta sem me dizeres clara e especificamente o que te vai no coração, caso o tenhas.
A tua resposta deve ser constituída por uma só palavra, apenas com três letras e mesmo que não seja aquela que eu quero ouvir, ter a paz de uma certeza será aquilo de que mais precisarei, ainda que doa, ainda que magoe, ainda que me parta o coração ouvir-te dizer que não me amas.
É melhor assim... Tu sabes disso tão bem quanto eu...
Mesmo que nos custe desligar de tudo o que juntos vivemos, tudo o que juntos construímos.
Eu ainda te amo, digo-te isso todos os dias e de cada vez que o faço tenho a secreta esperança de que me digas o «Eu também.» que o meu coração tanto deseja ouvir... Mas tu não o dizes.
Baixas a cabeça e de seguida, beijas os meus lábios de forma rápida e sem sabor. Beijas-me sem vontade, eu percebo isso e quanto mais te tento agarrar e manter aqui, mais tu me foges por entre os dedos como se fosses areia.
Já não me dás a mão quando passeamos juntos pela cidade, melhor, agora nem o fazemos. Já não insistes para nos sentarmos naquele banco de jardim, o banco que viu as nossas mãos entrelaçarem-se pela primeira vez. Já não me convidas para jantar fora só porque queres quebrar a rotina e manter viva a nossa relação. Já não te vens deitar comigo, dás de desculpa uma insónia e eu tento engolir em seco e fingir que ainda não me dei conta de que me evitas.
E porquê mantermos isto vivo desta forma? Por favor, diz-me de uma vez se queres desistir ou se vais lutar por nós, porque meu amor, eu estou cansada, eu não quero mais.
E se já não me amas, então faz as malas, leva tudo o que é teu e tudo o que possa levar-te de volta á minha memória, bate aquela porta e deixa as chaves, não me sorrias nem dês esperanças vãs. Não cries ilusões de que voltarás talvez, quando sentires falta.
Apesar de tudo, eu sei que sentirás mas vale de alguma coisa receber-te de novo para que me magoes e destruas, mais uma vez, tudo o que um dia acreditei? Não sabes mas eu digo-te: não, não vale.
Se não me amas leva tudo o que é teu e antes de deixares esta casa devolve-me o meu coração, o coração que partiste.
(Antes que mentes carregadas de imaginação se ponham com coisas aviso desde já que este texto não tem razão verídica. Obrigado!)

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