Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

30/11/10

Segredo desvendado

Fizeste-me ir, porque não, eu não queria, mas foi como se me tivesses empurrado da tua vida, foi como se me tivesses jogado fora do teu mundo.
E por algum tempo, não muito, eu sei, ainda tentei derrubar as paredes que tinhas erguido para mim,
Por algum tempo, ainda tentei voltar a arrebatar-te o coração da mesma forma que tinha feito há meses atrás,
Por algum tempo, ainda tentei fazer-te voltar atrás e fazer-te ser, de novo, quem um dia foste.
Mas tu sabes, tu não deixaste, não facilitaste e largaste-me.
Não queria acreditar como havias largado algo a que tanto te prendeste, algo que tanto amaste, algo por que tanto lutaste...
Mas fizeste-o, mataste o amor, mataste a essência do nosso amor e traíste-me.
Porque hoje, meses depois, vieram dizer-me que o tinhas feito. Nunca consumaste essa traição, mas fizeste-o pelas palavras que a ele disseste, fizeste-o por pensamentos que em ti moraram.
Traíste-me e eu não quero ainda crer que lutei por ti depois de tudo.
Diz-me, diz-me que a culpa não foi minha, porque eu sei que não foi, mas eu quero ouvi-lo da tua boca, diz-me que eu errei mas que também o fizeste, diz-me que não guardas o rancor que eu estou a tentar não guardar.
Eu ainda te amo, não há como negar, mas já não o faço da mesma forma que fazia,
Eu ainda te amo mas não consigo querer-te aqui comigo,
Eu ainda te amo mas depois de tantas desilusões, de tantas lágrimas nem saudades consigo ter.
Eu ainda te amo, mas ensinei o meu coração a ir-te apagando, devagar, muito devagarinho,
Mas hoje, ao ouvir o que ouvi apercebi-me que não te amo como antes, porque quando a desilusão se sobrepõe dias infinitos á paixão acabas por ir ultrapassando aquilo que sentes.
Mas sinto-me magoada, sinto-me quebrada, sinto-me como se não te quisesse olhar na cara porque acho que quando o fizer vou cair de novo,
Olhar para ti depois de saber que mesmo antes de eu dizer «acabou» já te tinhas entregado a outro alguém,
Mesmo antes de eu ter ditado o fim já o tinhas ditado antes, mas optaste por escondê-lo de mim.
Mesmo antes de seguirmos caminhos diferentes já tinhas um pé no teu, mas deixavas outro no nosso.
Diz-me, diz-me porque tinhas que me trair e manchar as boas recordações que tinha de ti? Agarra o telemóvel, marca o meu número e diz-me porque o fizeste, eu estou a implorar-te para que o faças.

1 comentário:

  1. cátia, está maravilhoso. recheado de metáforas que retratam de um modo explêndido o modo como te sentes . o melhor, na minha opinião!

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