Quero deitar-me naquele jardim deserto, numa noite gelada, coberta pelo teu casaco, apenas a contar as estrelas.

15/11/10

Sinto um vazio no estômago, um nó na garganta, um aperto no peito, uma sensação de desconforto, de ausência, a tua ausência.
Ainda me sinto como há quase dois meses atrás, sinto-me a deixar-te ir e não sou corajosa o suficiente para dizer a mim própria que já foste, já foste faz muito tempo.
Não quero largar as últimas recordações que ainda guardo mas tenho medo, tenho medo de lá mexer,
Tenho medo de não conseguir suportar o facto de que já não estás aqui,
Tenho medo de voltar a chorar até ao sono me pegar já a noite ia longa.
Tenho medo, tenho muito medo quando sei que em tempos, foste o meu local de abrigo,
Em tempos, protegeste-me de qualquer coisa,
Em tempos, foste o meu porto seguro.
E hoje, hoje, eu precisava de um assim, precisava que me dissessem que tudo ia ficar bem, precisava que me dissessem que a dor vai desaparecer, um dia, porque eu não consigo acreditar.
Eu não sou forte, sou frágil e estou cansada, estou exausta.
Fartei-me de lutar e de esperar que voltasses e ficasses de uma vez,
Fartei-me de te abrir a porta do meu Mundo e de te dar de novo a chave do meu coração,
Fartei-me de te deixar agarrar a minha mão quando dias depois me largavas,
E não te importavas com a força com que o fazias,
Largavas-me e eu caía, caía e doía, doía.
Hoje, dei-me conta de que te amo, de que te amo da forma mais bonita que algum dia imaginei ser capaz,
Mas hoje meu amor, hoje dei-me conta também de que tu não mereces esse amor.
Disseram-me «com o tempo tudo passa, de uma forma ou de outra»,
Passaram dias, semanas, meses e eu percebi que o tempo não cura nada, apenas te começas a habituar a viver diariamente com a dor, com as saudades e até mesmo com a raiva, com o arrependimento.

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